Nova serpente litorânea
Estudante de biologia descobre espécie endêmica de restingas da Região
dos Lagos do Rio de Janeiro. O animal está ameaçado de extinção por
causa da degradação ambiental na área.
Por: Camilla Muniz
Publicado em 05/03/2010
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Atualizado em 05/03/2010
A nova espécie de
serpente encontrada na baixada litorânea do Rio de Janeiro apresenta
coloração palha ou marrom claro e atinge cerca de 30 centímetros de
comprimento na fase adulta (foto: Sávio Freire Bruno).
A Tantilla sp. foi encontrada pela estudante de biologia Angele Martins, da Universidade Federal Fluminense (UFF), durante uma pesquisa de campo realizada entre julho de 2008 e março de 2009 como parte de seu trabalho de conclusão de curso. O estudo fez parte de um levantamento das espécies de anfíbios e répteis presentes no Núcleo Experimental de Iguaba Grande, área de restinga pertencente à UFF.
A serpente apresenta coloração palha ou marrom claro e atinge cerca de 30 centímetros de comprimento na fase adulta, quando seu peso estimado não chega a 50 gramas. Seis exemplares da nova espécie foram capturados e depositados na coleção herpetológica do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “A maioria dos animais são machos, mas também conseguimos fêmeas e indivíduos juvenis”, conta Martins.
Para a captura, foram usadas armadilhas de percepção e queda, chamadas de pitfalls. Seu funcionamento baseia-se na utilização de baldes de 60 litros enterrados a cinco metros uns dos outros com a borda ao nível do solo e ligados por uma lona de plástico de 60 centímetros de altura que forma uma espécie de barreira. A ideia é fazer com que animais rastejantes caiam diretamente nos baldes ou que a queda seja provocada pelo desvio de sua trajetória quando eles se deparam com a lona.
A 'Tantilla' sp. foi descoberta em uma área de restinga em Iguaba
Grande, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro (foto: Sávio Freire
Bruno).
Espécie ameaçada
O estudo concluiu que a nova espécie ocorre apenas na Região dos Lagos (RJ), mais precisamente no Núcleo Experimental de Iguaba Grande, no Pontal do Atalaia (em Arraial do Cabo) e na Fazenda Cordeiros (em São Pedro da Aldeia). Segundo o orientador da pesquisa, o veterinário Sávio Freire Bruno, da UFF, essas áreas, que abrigam remanescentes naturais de restingas, vêm sendo degradadas devido ao desenvolvimento de atividades humanas e à especulação imobiliária.“Por ser restrita a um hábitat que está desaparecendo gradualmente, a Tantilla sp. encontra-se em perigo de extinção”, alerta Bruno. E completa: “São necessários mais estudos sobre as restingas para apoiar ações de preservação da sua biodiversidade.”
Camilla Muniz
Ciência Hoje On-line
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/03/nova-serpente-litoranea
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