A vida por um fio
Relatório da ONU mostra que governos falharam na proteção da
biodiversidade; espécies correm risco de extinção em todo o planeta
O Terceiro
Panorama Global da Convenção da Biodiversidade (CBD), avaliação
sobre o estado de conservação da ONU lançada ontem, mostra que os países
signatários fracassaram em honrar o compromisso de salvar as espécies
do mundo.
Em 2002, líderes globais se comprometeram a reduzir os índices de perda de biodiversidade em todo o mundo até 2010. Hoje, oito anos depois, um apocalipse ambiental começa a mostrar suas caras. Em 2006, a quantidade de espécies de vertebrados era um terço do número registrado em 1970. Mais de um quarto das espécies vegetais está sob perigo de extinção. E o ritmo não dá sinais de cansaço.
A Convenção da Biodiversidade da ONU trata da proteção da diversidade biológica. Mas proteção é o que menos se vê por aí. Segundo o documento, os habitats estão cada vez mais degradados, tanto em extensão quanto em integridade, e espécies que já estavam ameaçadas estão mais perto do fim. “A CBD deveria ser chamada de Convenção da Vida: é a vida de todas as espécies, inclusive da humana, que está em debate. O fracasso das metas mostra que não temos mais tempo a perder”, afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
As tradicionais ameaças às florestas tropicais persistem: o gado e as
plantações destinadas à produção de alimentos e biodiesel provocam o
desmatamento em larga escala. “Os principais agentes da perda da
biodiversidade em escala global estão, eles sim, 'protegidos' por
políticos e governos”, diz Adario. “É o caso do Brasil onde a bancada da
motosserra conspira para mudar o código florestal e reduzir a política
de proteção ambiental que o país levou anos para construir”. No mundo,
houve significativa diminuição da perda de florestas tropicais e de
manguezais e a criação de áreas protegidas, mas não em escala suficiente
para garantir a preservação de espécies ameaçadas.
Há muito a fazer. A iminente perda drástica de biodiversidade pode causar efeitos em cadeia. Na Amazônia, por exemplo, a soma do desmatamento e das queimadas, aliada às mudanças climáticas, pode levar toda a floresta a uma morte generalizada, em um círculo vicioso de incêndios e secas.
No quadro revelado pela CBD, a humanidade demonstra operar na contramão da sua própria existência. A biodiversidade sustenta o funcionamento dos ecossistemas, que prestam serviços à sociedade. “Falar de biodiversidade não é falar de ‘bichinhos’ ou de ‘plantinhas’, mas da vida neste planeta azul. Para interrompermos essa perda, precisamos de ação imediata, e não de palavras bonitas”, explica o diretor.
O Greenpeace defende a formação de uma rede global de áreas protegidas – terrestres e marinhas – e políticas nacionais coerentes com a proteção da vida. Essas áreas protegidas servem também de proteção ao clima, já que a destruição do patrimônio ambiental, principalmente das florestas, tem grande peso no aumento das emissões de gases que geram aquecimento global.
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/A-vida-por-um-fio/
Em 2002, líderes globais se comprometeram a reduzir os índices de perda de biodiversidade em todo o mundo até 2010. Hoje, oito anos depois, um apocalipse ambiental começa a mostrar suas caras. Em 2006, a quantidade de espécies de vertebrados era um terço do número registrado em 1970. Mais de um quarto das espécies vegetais está sob perigo de extinção. E o ritmo não dá sinais de cansaço.
A Convenção da Biodiversidade da ONU trata da proteção da diversidade biológica. Mas proteção é o que menos se vê por aí. Segundo o documento, os habitats estão cada vez mais degradados, tanto em extensão quanto em integridade, e espécies que já estavam ameaçadas estão mais perto do fim. “A CBD deveria ser chamada de Convenção da Vida: é a vida de todas as espécies, inclusive da humana, que está em debate. O fracasso das metas mostra que não temos mais tempo a perder”, afirma Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Foto: Daniel Beltra
Espécie de sapo da família Dendrobatidae, ainda não catalogada, no
Parque Cristalino (MT). ©Greenpeace
Há muito a fazer. A iminente perda drástica de biodiversidade pode causar efeitos em cadeia. Na Amazônia, por exemplo, a soma do desmatamento e das queimadas, aliada às mudanças climáticas, pode levar toda a floresta a uma morte generalizada, em um círculo vicioso de incêndios e secas.
No quadro revelado pela CBD, a humanidade demonstra operar na contramão da sua própria existência. A biodiversidade sustenta o funcionamento dos ecossistemas, que prestam serviços à sociedade. “Falar de biodiversidade não é falar de ‘bichinhos’ ou de ‘plantinhas’, mas da vida neste planeta azul. Para interrompermos essa perda, precisamos de ação imediata, e não de palavras bonitas”, explica o diretor.
O Greenpeace defende a formação de uma rede global de áreas protegidas – terrestres e marinhas – e políticas nacionais coerentes com a proteção da vida. Essas áreas protegidas servem também de proteção ao clima, já que a destruição do patrimônio ambiental, principalmente das florestas, tem grande peso no aumento das emissões de gases que geram aquecimento global.
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/A-vida-por-um-fio/
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