Cientistas descobrem complexa assinatura genética da longevidade
Existem 150 variações genéticas que, em 19 diferentes combinações, diferenciam os centenários
01 de julho de 2010 | 15h 01
Carlos Orsi, estadao.com.br
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Ela afirma, ainda, que o fato de as 150 variações da DNA encontradas terem permitido identificar centenários com alta precisão, e independentemente de outros fatores, indica que a longevidade excepcional tem forte base genética. "O fato de o modelo não ser perfeito, no entanto, sugere que ambiente e estilo de vida também afetam a capacidade de uma pessoa atingir idades muito avançadas, mas provavelmente com menos intensidade".
David Mdzinarishvili/Reuters
150 variações genéticas diferenciam os centenários
As variações, disse Tom Perls, diretor do Estudo de Centenários da Nova Inglaterra e também autor do trabalho, estão espalhadas por aproximadamente 70 genes, e o papel exato de cada uma delas ainda precisa ser identificado em novos estudos. Perls não acredita, no entanto, que as pesquisas futuras venham a produzir um "elixir da juventude".
"Olho para a complexidade deste quebra-cabeças e fico com a forte impressão de que isso não levará a tratamentos que farão com que muita gente se torne centenária, mas sim permitirá adiar o início da manifestação de doenças relacionadas à idade, como o Alzheimer", disse ele.
Paola afirma que uma descoberta "surpreendente" veio da comparação do número de variações genéticas que predispõem a doenças ligadas à idade presente nos centenários e no grupo de controle.
"Descobrimos que os centenários e os controles não diferem muito nesse número. Esse resultado sugere que o que faz as pessoas viverem muito não é uma ausência de predisposição para doenças, mas um enriquecimento na predisposição à longevidade". Ela acredita que as variações que estimulam a longevidade podem, até mesmo, cancelar o efeito das predisposições negativas.
Esse resultado, segundo Perls, põe em dúvida a validade dos testes genéticos que avaliam predisposição a doenças, já que essas avaliações podem estar ignorando a ação protetora dos genes da vida longa.
O trabalho revelou ainda a existência de 19 "estilos" de assinatura genética para longevidade, definidos por diferentes combinações dos 150 marcadores.
"As assinaturas correlacionam-se com diferentes padrões de longevidade excepcional. Por exemplo, algumas correlacionam-se com longa sobrevivência, outras com uma demora no aparecimento de doenças. As assinaturas representam caminhos diferentes para a vida longa", disse Paola.
Perls lembrou que 90% dos centenários que apresentam problemas de saúde relacionados à idade só começam a sentir esses efeitos após os 90 anos.
O estudo, no entanto, não indica se as pessoas que têm as variações genéticas da longevidade contam com algum tipo de imunidade, e por isso poderiam fumar, evitar exercícios ou comer gordura à vontade. "A maioria dos centenários envolvidos no estudo tinha um estilo de vida muito saudável, com uma minoria muito pequena, por exemplo, com o hábito de fumar ou beber", disse Paola.
Os testes genéticos no grupo de controle do estudo revelou que 15% deles têm predisposição para a alta longevidade, uma taxa muito maior que a encontrada na população em geral: em países ricos, a proporção é de um centenário para cada 6.000 pessoas.
"O fato é que 15% da população tem a assinatura genética que eleva a chance de viver até os 100 anos entre 65% e 98%, se essas pessoas não forem atropeladas por um ônibus, não morrerem na guerra, não sofrerem um acidente", disse Perl. "Além disso, boa parte dessas pessoas talvez precise também evitar o fumo e a obesidade".
Na próxima semana, o website do Estudo de Centenários da Nova Inglaterra (http://www.bumc.bu.edu/centenarian/) deve publicar um programa que permitirá a qualquer um que já conheça seu genoma pessoal computar sua predisposição à longevidade, com base nos marcadores descobertos. O site trará também indicações sobre a melhor interpretação do resultado.
Mas os autores do trabalho disseram que não pretendem lançar um teste do tipo no mercado, e Perls questionou se a sociedade já estaria pronta para algo assim. "Eu me preocupo com o que as companhias de seguro fariam com essa informação".
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,-cientistas-descobrem-complexa-assinatura-genetica-da-longevidade,574859,0.htm
2 comentários:
Que bacana!!
Variações de DNA que contribuem para termos uma vida mais prolongada!
Isso é intrigante e ao mesmo tempo gratificante!
Viva o nosso DNA e suas célulazinhas...rsrs
Muitoo Bom!! =]
oi amigo.Muito bacana o seu blog.Eu amo ciências,principalmente biologia.Qualquer hora dessas eu vou conhecer melhor o teu blog.Visita o meu blog. http://lucasmqr2.blogspot.com
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