sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Tartarugas siamesas

14/12/2010 - 16h13

Tartarugas siamesas são encontradas na Turquia; veja

Duas tartarugas siamesas foram encontradas no quintal de uma casa na Turquia.
Elas foram então levadas para uma reserva natural.
Acredita-se que as tartarugas tenham apenas um mês de idade.
Os pequenos animais logo se tornaram a grande atração da reserva.
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/845540-tartarugas-siamesas-sao-encontradas-na-turquia-veja.shtml

Violentamente Pacífico

 Violentamente Pacífico - RAS Mc Léo Carlos

 XII Festival Nacional a Imagem em 5 Minutos 2008


XII Festival Nacional a Imagem em 5 Minutos 2008- Violentamente Pacífico é um video de Gabriel Teixeira realizado no Bairro da Paz(Periferia de Salvador-BA) entrevistando Ras Mc Léo Carlos cidadão Ativamente Cristão morador do bairro. AleluJah!! Haile Eu Selassie Eu GUIA E PROTEGE. Shalom Adonai Yeshua HaMashiack!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Celulares, MP3 e tablets causam impacto no planeta

20/12/2010 - 11h31

Celulares, MP3 e tablets causam impacto no planeta, alerta associação

DA FRANCE PRESSE

São pequenos, leves e tentadores, mas os celulares, os MP3, os tablets ou outros brinquedinhos eletrônicos que dominarão as árvores de Natal este fim de ano têm um impacto notável sobre o ambiente.
De sua fabricação, que requer a extração de minerais raros que geram emissões de CO2, até o final de sua vida, quando devem ser submetidos a um processo de reciclagem nem sempre empregados, estes aparelhos têm todas as características necessárias para não integrar a lista de presentes dos defensores do ambiente.
Katsumi Kasahara/AP
  Fabricação de aparelhos eletrônicos requer extração de minerais raros que geram emissões de CO2, alertam ONGs

 "São aparelhos em miniatura, com um aspecto inofensivo, mas têm um impacto ambiental colossal: para extrair pequenas quantidades de minerais, é preciso desmatar hectares de florestas e espaços naturais", denuncia Annelaure Wittmann, da Associação Amigos da Terra.
Wittmann cita o exemplo República Democrática do Congo (RDC), onde a extração de mineral indispensável para a fabricação de celulares ameaça as populações de gorilas. A ONG já lançou ataques contra o iPad da Apple, criticando "o incrível desperdício de matérias-primas que sua fabricação requer".
Em termos de gases de efeito estufa, a compra de equipamentos eletrônicos representa de 6% a 7% das emissões anuais de um cidadão francês, mais da metade das quais vem de televisores, segundo Jean-Marc Jancovici do gabinete de assessoria Carbone 4.
O Centro Nacional francês de Informação Independente sobre Dejetos (Cniid, na sigla original), que milita por uma redução destes resíduos, denuncia "a estratégia deliberada" dos fabricantes destes aparelhos ao reduzir a duração de sua vida ativa, porque são dificilmente reparáveis ou porque estão submetidos à "ditadura da moda".
"São vendidos como coisas indispensáveis de ter, dando a impressão de que não se pode viver sem um iPhone", lamenta Hélène Bourges, encarregada do Cniid.
A importante taxa de renovação destes aparelhos --a cada dois anos para os celulares, por exemplo-- causa um problema, já que muitos deles são descartados quando podiam ser úteis.
Esses aparelhos, cujos componentes são de forte poluição, não devem ser jogados em latas de lixo comum, e sim em lugares de reciclagem especiais, recorda Christian Brabant, diretor-geral da Eco-systèmes, o organismo francês que gerencia desde 2006 o recolhimento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos.
Atualmente, menos da terça parte dos aparelhos vendidos no mercado é colocada ao fim de sua vida útil nesses locais de reciclagem (6,5 kg por habitante por 22 quilos de produtos comercializados em 2009).
"Muitos aparelhos são guardados ou jogados no lixo. A prioridade é levá-los aos locais adequados ou devolvê-los ao distribuidor", explica.
Para quem, apesar de tudo, quer ganhar um novo smartphone de presente de Natal, é possível encontrar material de segunda mão, afirma Annelaure Wittmann, que aconselha, além disso, que sejam dados presentes mais virtuais, como um lote de músicas para ser baixado legalmente.
 http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/848397-celulares-mp3-e-tablets-causam-impacto-no-planeta-alerta-associacao.shtml

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Provável cura de portador de HIV com uso de células-tronco

15/12/2010 - 08h47

Grupo alemão anuncia provável cura de portador de HIV com uso de células-tronco


DE SÃO PAULO
Ainda é tudo muito preliminar e os próprios cientistas estão com um pé atrás, mas um grupo alemão acredita ter evidências de cura de um paciente norte-americano com Aids utilizando células-tronco adultas.
Timothy Ray Brown, 44, que vive em Berlim, tinha também leucemia, e por isso recebeu as células-tronco, retiradas da medula óssea de um doador.
O doador das células que Brown recebeu no transplante tinha uma mutação: não produzia a proteína CCR5, fundamental para a multiplicação do vírus HIV no organismo humano.
Após o transplante em 2007, o paciente foi acompanhado pelos pesquisadores da Universidade de Medicina de Berlim.



Em 2009, eles publicaram um artigo científico que falava no "sumiço" do vírus HIV. Agora, na revista científica "Blood", já falam de "evidência de cura".
Os pesquisadores lembram que, como o estudo envolve somente um paciente, é necessário ter cautela antes de dizer com certeza que se chegou a uma cura para a Aids. É necessário repetir o trabalho muitas vezes ainda para que se tenha conclusões mais concretas.
Além disso, transplantes de medula são arriscados. Brown, por ter leucemia, teria de fazer um de qualquer jeito, mas submeter pacientes com Aids ao tratamento seria perigoso, ainda mais sabendo que hoje é possível sobreviver muitos anos sendo portador de HIV.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/845970-grupo-alemao-anuncia-provavel-cura-de-portador-de-hiv-com-uso-de-celulas-tronco.shtml

Você sabe explicar o bocejo?

15/12/2010 - 16h37

Todo mundo boceja, mas ninguém sabe explicar o porquê


NICHOLAS BAKALAR
DO "NEW YORK TIMES"
Todo mundo boceja, mas poucos sabem o motivo desse hábito que começa no útero e continua em idade avançada.
A maioria das espécies de vertebrados, e até mesmo aves e peixes, também boceja --ou, pelo menos, fazem o que se parece com um bocejo.
Mas os mecanismos fisiológicos, a razão e que tipo de papel o bocejo representa na sobrevivência dos animais e seres humanos continuam sendo um mistério.
As teorias são muitas, mas as provas experimentais, poucas. Isso leva a uma acalorada discussão, diz Adrian Guggisberg, da Universidade de Genebra e autor de um estudo a ser publicado no jornal "Neuroscience & Biobehavioral Reviews".

Elwood H. Smith/The New York Times


Mecanismos fisiológicos, motivos e papel do bocejo na sobrevivência continuam sendo um mistério


Hipócrates propôs, no século 4º a.C, que o bocejo era uma maneira de alimentar o cérebro com "ar bom", substituindo-o pelo "ar ruim". Já a visão moderna da mesma teoria diz que ele auxilia no aumento do nível de oxigênio no sangue e, ao mesmo tempo, diminui o de dióxido de carbono.
Se isso fosse realmente verdade, Guggisberg alerta, as pessoas estariam bocejando mais quando estivessem em pleno exercício. E os portadores de doenças pulmonares ou cardiovasculares também fariam o mesmo por sofrer de falta de oxigênio.
Em outras palavras, observações e experimentos sugerem que a melhor maneira de aumentar oxigênio no sangue é respirar rápido, mas não bocejar.
HIPÓTESES
Sem sombra de dúvida, o bocejo ocorre com mais frequência antes e depois de dormir, e a sensação de sonolência sempre o acompanha --talvez o gesto nos ajude a nos manter acordados.
Para testar essa hipótese, o bocejo foi induzido em seres humanos e estes tiveram sua atividade cerebral observada. Segundo o monitoramento, não houve evidência de que bocejar aumentava as áreas de vigilância no cérebro ou no sistema nervoso central.
O inverso --o bocejo poderia ajudar a dormir-- também não foi comprovado.
Uma das teorias existentes diz que ele pode equalizar a pressão interna do ouvido, mas isso seria feito por outras técnicas como mascar ou engolir saliva.
A outra teoria sugere que o bocejo poderia regular o calor corporal, mas Guggisberg não encontrou nenhuma evidência nesse sentido. Mas um de seus colegas da área estudada, Andrew Gallup da Universidade de Princeton, discorda. "Em testes com ratos, o bocejo foi precedido por um rápido aumento na temperatura do cérebro, seguido de um retorno aos níveis normais após um bocejo."
O curioso é que crianças com menos de cinco anos não são suscetíveis a bocejos. Elas não se "contagiam", digamos assim, mas adultos, chipanzés, macacos e cães --todos com habilidades sociais desenvolvidas-- são induzidos a bocejar tão logo veem um semelhante bocejando.
A explicação para isso é que observar outros bocejando acaba ativando regiões do cérebro que são relacionadas à imitação, à empatia e ao comportamento social. Mas por que exatamente bocejamos, isso ninguém soube ainda explicar.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/846201-todo-mundo-boceja-mas-ninguem-sabe-explicar-o-porque.shtml

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Excesso de peso de crianças e adolescentes X problemas ósseos

13/12/2010 - 11h26

Problemas ósseos ameaçam crianças com sobrepeso

DENISE MENCHEN
DO RIO

O excesso de peso de crianças e adolescentes, comumente ligado a risco de diabetes e doenças cardíacas, acendeu a luz amarela também entre ortopedistas.
É preciso mudar padrão alimentar da família, diz nutricionista
Os quilos a mais podem alterar o sistema musculoesquelético, causando dores e elevando o risco de artrose.
Segundo o IBGE, cerca de um terço (33,5%) das crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso no país. Já a obesidade atinge 14,3% da população nessa faixa etária.
"Estamos nos tornando um país cada vez mais gordo e com cada vez mais jovens gordos", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, Anastácio Kotzias Neto. Isso é agravante de problemas ortopédicos.
Normalmente, o bebê tem as pernas arqueadas, o que é chamado de geno varo. Perto dos dois anos, a tendência se inverte e o eixo dos joelhos se volta para dentro, no geno valgo. Após alguns anos, ele adquire o alinhamento que terá na vida adulta.
A obesidade prejudica esse processo. "Uma criança gordinha afasta as pernas para caminhar, o que pode fazer com que o geno valgo vire um problema", diz Kotzias.
A deformidade pode causar dores e desgastar as articulações, predispondo à artrose no futuro.
A nutricionista Annie Bello, da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), cita também cifose, lordose e rebaixamento do arco plantar como efeitos do sobrepeso. "São alterações que prejudicam as atividades físicas, o que coloca as crianças num círculo vicioso."
Bello, que tem doutorado em fisiopatologia, lembra que a má alimentação também é fator de risco para fraturas. "Muitos trocam leite por refrigerante, queijo por biscoito, almoço por sanduíche e têm baixa ingestão de cálcio e vitamina D, importantes para a saúde óssea."
O chefe do Centro de Ortopedia da Criança e do Adolescente do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), Pedro Henrique Mendes, diz que a ocorrência de osteocondrites, em especial no calcâneo (osso do calcanhar), também pode ser agravada pela obesidade.
Associada ao impacto repetitivo e caracterizada por uma inflamação conjunta do osso e da cartilagem, a osteocondrite causa dores e pode até levar a criança a mancar.

Editoria de Arte/Folhapress
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/844856-problemas-osseos-ameacam-criancas-com-sobrepeso.shtml

domingo, 12 de dezembro de 2010

Insetos como alienígenas

Fotógrafo mostra insetos como alienígenas

Igor Siwanowicz fez macrofotografias de insetos, relacionando os animais com o imaginário sobre aliens

09 de dezembro de 2010 | 7h 21
 
O fotógrafo e bioquímico polonês Igor Siwanowicz insetos em close-up, para mostrá-los como criaturas de outro planeta.




















As imagens incluem animais como o louva-a-deus, mariposas, lagartos, camaleões e aranhas em close up. 

Siwanowicz, de 34 anos, passou sete anos coletando, criando e fotografando os animais em seu estúdio em Munique, na Alemanha.
Ele diz que é fascinado por insetos desde criança. Durante o projeto, ele estudou os hábitos e a fisiologia destes animais.  

 No entanto, o fotógrafo diz que foi difícil conseguir que alguns animais cooperassem com o trabalho.
Siwanowicz cita como sua principal influência no projeto o trabalho do criador do monstro dos filmes Alien, HR Giger. E diz que seus insetos preferidos são os louva-a-deus.

 Ele pretende lançar um livro somente com as fotografias destes animais.    
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,fotografo-mostra-insetos-como-alienigenas,651526,0.htm

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Diabetes pode prejudicar função cognitiva

07 de dezembro de 2010
Diabetes pode prejudicar função cognitiva
Doença desempenha papel importante na síntese de colesterol no cérebro
por Katherine Harmon
Manter o colesterol baixo é positivo. Porém, diminuir a quantidade de lipoproteína de baixa densidade (LDL) ou "colesterol ruim" é apenas uma parte da equação do corpo para manter um equilíbrio saudável de lipídios. Apesar de “diminuir o colesterol” ser bom para o coração, não é sempre bom para o cérebro, que contém cerca de 1/4 do colesterol do organismo.

Ktsimage/iStockphoto

 Uma pesquisa recente mostrou que drogas utilizadas para reduzir o colesterol, como estatinas, podem iniciar o desenvolvimento de problemas cognitivos. A pesquisa sugere que o diabetes, que afeta a síntese de colesterol no fígado, também pode ser ocasionado devido a alteração das taxas de compostos produzidos no cérebro.

Os pesquisadores descobriram que camundongos diabéticos tinham menos colesterol nas membranas em torno de suas sinapses neuronais. "Esse fato tem grande implicação para as pessoas com diabetes", explica Ronald Kahn, do Joslin Diabetes Center da Harvard Medical School e coautor do novo estudo. Os resultados foram publicados on-line no dia 30 de novembro no
Cell Metabolism.

"O colesterol é necessário aos neurônios para estabelecer sinapses com outras células, por isso essa diminuição do colesterol pode afetar a função nervosa", disse Kahn. Os sistemas afetados podem incluir "regulação do apetite, comportamento, memória e até mesmo dor e atividade motora", completa.

Para o estudo, Kahn e sua equipe criaram camundongos sem insulina suficiente, para que pudessem simular uma condição diabética. Em particular, os cientistas tinham como alvo um gene conhecido como “SREBP-2” (que controla o metabolismo do colesterol) e outros genes base do cérebro, fazendo com que os ratos tivessem menos colesterol nas estruturas centrais do cérebro.

Quando os ratos diabéticos receberam injeções de insulina, seus genes pareciam voltar ao funcionamento normal. Os pesquisadores observaram que a depleção de insulina a longo prazo pode causar danos permanentes às bainhas de mielina, cobertura dos nervos graxos que contêm mais de dois terços do colesterol do sistema nervoso central e são cruciais para a comunicação neural.

“Ninguém jamais suspeitara que a insulina e o diabetes iriam desempenhar um papel tão importante na síntese de colesterol no cérebro", Kahn.

 http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/diabetes_pode_prejudicar_funcao_cognitiva.html

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Britânico com rosto desfigurado quer chamar atenção para síndrome rara

Britânico com rosto desfigurado quer chamar atenção para síndrome rara

Vanessa Barford
da BBC

Um jovem britânico que sofre de uma síndrome rara que provoca o desfiguramento do rosto está chamando atenção para o drama dos portadores da condição

 Em programa da BBC, Jono Lancaster conta que sofreu de depressão na adolescência

Jono Lancaster, de 26 anos, nasceu com a síndrome de Treacher Collins, que afeta um em cada dez mil bebês na Grã-Bretanha, e contou sua história de sofrimento e superação em um documentário da BBC, Love Me, Love My Face (Ame-me, ame minha face).
Jono, que foi dado para adoção pelos pais com 36 horas de vida, sofre de um problema genético que afeta a forma com que os ossos da face se desenvolvem enquanto o bebê ainda está no útero.
A síndrome de Treacher Collins faz com que seus portadores não tenham ossos malares, consequentemente os olhos ficam caídos. Jono também tem problemas de audição e usa um aparelho implantado em seu osso.
O jovem britânico teve que passar por várias cirurgias, consultas em hospitais e, apesar de hoje estar feliz com seu emprego e sua namorada, Jono sofreu de depressão durante a adolescência.
"Eu era desesperado para ter amigos, eu fazia qualquer coisa. Eu não tinha confiança, comprava muitos doces e entregava para outras crianças, para que elas gostassem de mim. Acabei fazendo muitas coisas estúpidas, para que as pessoas falassem a meu respeito por uma razão que não fosse a minha aparência", disse à BBC.
Mãe adotiva
Jono foi adotado e seus problemas de comportamento na escola pioravam. No entanto, ele afirma que apenas ficava cada vez mais solitário.
"Eu costumava esconder minha infelicidade de minha mãe. Ela já tinha feito tanto por mim", disse.
O jovem se isolava em casa e chegava a cortar o próprio cabelo para não ter que se olhar no espelho em um local público. No entanto, sua vida começou a mudar quando recebeu uma oferta de emprego em um bar.
"Eu suava muito antes de cada turno de trabalho, ficava muito nervoso, com medo da reação das pessoas."
"Não foi fácil, mas, ao mesmo tempo, encontrei tantas pessoas legais que ficaram verdadeiramente interessadas em mim e no meu rosto."
O novo emprego deu a Jono confiança para começar a ir em encontros com garotas e arrumar um novo trabalho, em uma academia de ginástica.
E, no novo emprego, o jovem encontrou Laura Richardson, 20, sua namorada há quatro anos.
"Ela disse que, quando me viu pela primeira vez, notou meu rosto, mas agora ela não nota mais. Foi a primeira vez que consegui ser eu mesmo com uma garota."
"E olhe para nós, quatro anos depois, compramos uma casa juntos (...). Estamos completamente apaixonados."

Jono encontrou sua namorada na academia de ginástica onde trabalha

Pais biológicos
Em 2009, Jono tentou entrar em contato com seus pais biológicos pela segunda vez.
"Era algo que eu sempre quis fazer. Quando era adolescente, eu estava com raiva e queria encontrá-los pela razão errada, para perguntar porque eles me abandonaram. Mas, ao ficar mais maduro, percebi que eles obviamente acharam que não dariam conta."
No entanto, os pais biológicos de Jono se recusaram novamente a encontrá-lo.
"Foi horrível, horrível. Chorei muito. Mas me acertei com isso. Deve ter sido uma das decisões mais difíceis da vida deles."
O jovem descobriu que a família teve outros dois filhos depois dele.
"Fico feliz que eles tenham uma família. Estou feliz e espero que eles estejam também", afirmou.
Ajuda e filhos
Jono, que hoje trabalha com adultos que sofrem de autismo, afirma que quer que as pessoas tenham mais informações a respeito da síndrome de Treacher Collins e como lidar com o problema.
"O que realmente me deixa frustrado e me preocupa é quando uma criança em um supermercado me encara e a mãe dela fala para não olhar."
"Eu queria que eles viessem falar comigo então eu poderia falar sobre o problema, para que tudo parecesse mais normal."
O jovem também quer ajudar outras famílias em situação parecida com a dele. Mas, Jono ainda tem outra preocupação, a possibilidade de que seu filho herde o problema.
Apesar de a síndrome Treacher Collins ser um problema genético raro que pode afetar qualquer pessoa, as chances de Jono passar o problema para seus filhos são de 50%. E o jovem se pergunta se poderá expor seu filho à possibilidade de "operações, consultas no hospital e bullying".
"Eu fico imaginando, me deixa louco. Ainda somos jovens, ainda há muito tempo, mas é algo que eu e Laura teremos que pensar em algum momento."
Médicos perguntaram a Jono se ele gostaria de fazer alguma cirurgia para corrigir seu problema, mas ele se recusou.
"Médicos sempre me perguntaram se eu queria a cirurgia... a construção dos ossos malares, ter meus dentes endireitados ou minha mandíbula quebrada e realinhada, mas apesar da minha depressão, eu penso 'Deus me fez assim'", afirmou.
"Fico feliz de não ter escolhido nada disso. Tenho orgulho de quem sou. E (a síndrome de) Treacher Collins me transformou no que sou."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101118_doenca_rara_bbc_fn.shtml

Tratamento experimental de vítima de derrame com células-tronco

Médicos britânicos tratam vítima de derrame com células-tronco

Médicos britânicos injetaram células-tronco no cérebro de um paciente vítima de derrame, como parte de um estudo para descobrir um novo tratamento para a doença.




Tratamento experimental de hospital escocês é pioneiro



O homem idoso, que não apresentava melhora em seu estado de saúde havia muitos anos, é a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento experimental, que envolve 12 pacientes do Southern General Hospital, em Glasgow, na Escócia.
Ele recebeu uma injeção com uma pequena dose de células-tronco no último fim de semana, já recebeu alta e, segundo os médicos, passa bem.
O objetivo do teste inicial é garantir que o procedimento seja seguro para os pacientes.
Durante o próximo ano, outras vítimas de derrame cerebral receberão doses progressivamente maiores, ainda para descobrir se o tratamento não apresenta altos riscos.
Mas os médicos também examinarão os pacientes para verificar se as células-tronco conseguiram restaurar as células do cérebro e se seu estado de saúde melhorou.
O tratamento experimental recebeu críticas porque usou células cerebrais de fetos para gerar as células-tronco, mas os criadores do projeto alegam ter recebido aprovação ética do órgão regulador da medicina na Grã-Bretanha e dizem que apenas um pequeno número de fetos foi usado nos primeiros estágios da pesquisa e agora eles não seriam mais necessários.
Primeiros passos
O neurocientista Keith Muir, professor da Universidade de Glasgow e médico do Southern General Hospital, diz que se os testes forem bem sucedidos eles podem levar a pesquisas mais detalhadas.
"Esperamos que no futuro isso leve a estudos mais amplos para determinar a eficácia das células-tronco no tratamento das deficiências causadas pelos derrames", disse ele.
O primeiro grupo de pacientes a receber o tratamento experimental é formado por homens acima de 60 anos que não apresentaram melhora de seus sintomas ao longo de vários anos.
Ter um grupo de pacientes com critérios tão limitados permite que médicos e cientistas comparem melhor qualquer avanço em seu estado de saúde, mesmo nos estágios iniciais da pesquisa.
Se os testes obtiverem bons resultados, os cientistas pretendem levar adiante estudos envolvendo grupos maiores de pacientes, daqui a dois anos.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101116_celulatronco_derrame_is.shtml

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bactéria e o arsênico abre nova perspectiva para vida.

Bactéria que come arsênico abre nova perspectiva para vida fora da Terra

Estudo realizado em parceria com a Nasa causou boatos que seria anunciada a descoberta de vida ET

02 de dezembro de 2010 | 15h 19
 
Carlos Orsi - estadão.com.br
Sinais de que uma bactéria é capaz de substituir o nutriente essencial fósforo por arsênico - um elemento tóxico para a maioria das formas de vida conhecidas - expande o horizonte para a busca de vida fora da Terra, anunciam os cientistas que assinam pesquisa descrita no serviço online da revista Science, o Science Express.
Veja também:
link Planeta semelhante à Terra pode ter nuvens e água na atmosfera
Todas as formas de vida conhecidas até hoje - plantas, animais e micro-organismos - dependem de seis elementos químicos para construir as moléculas que compõem seus corpos: oxigênio, hidrogênio, carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio. A bactéria descoberta pela equipe de cientistas liderada por  Felisa Wolfe-Simon, da Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, seria a primeira exceção conhecida à regra.
Não se trata de uma exceção trivial: o fósforo faz parte da estrutura do DNA e é um componente do ATP, a molécula usada para transportar energia no metabolismo celular.
Batizado de GFAJ-1, o novo organismo foi encontrado em sedimentos do Lago Mono, da Califórnia. O lago é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênico, um elemento que fica logo abaixo do fósforo na Tabela Periódica.
"A vida como a conhecemos requer alguns elementos químicos em particular e exclui outros", disse, em nota divulgada pela Universidade Estadual do Arizona, um dos coautores do estudo,  Ariel Anbar. "Mas seriam essas as únicas opções? Como a vida poderia ser diferente?"
Um dos princípios da busca por vida em outros planetas, acrescenta Anbar, é que os cientistas devem "seguir os elementos". "O estudo mostra que temos de pensar melhor em que elementos seguir", acredita.
A ideia de que arsênico poderia substituir fósforo já havia sido apresentada por Felisa, Anbar e por Paul Davies - que também assina o artigo na Science Express - em trabalho publicado em 2009 no International Journal of Astrobiology.
"Nós não apenas sugerimos que sistemas bioquímicos análogos aos conhecidos hoje poderiam usar arseniato (composto de arsênico e oxigênio) no papel equivalente do fosfato", diz Felisa. "Mas também que esses organismos poderiam ter evoluído na Terra antiga e persistir em ambientes incomuns até hoje".
A pesquisa foi feita em parceria com a Nasa. O anúncio de que a Science desta semana traria um artigo patrocinado pela agência espacial sobre astrobiologia - a ciência que explora as possibilidades de vida fora da Terra - causou uma onda de boatos na internet, sobre a possível descoberta de alienígenas.


A descoberta
Depois de recolher lama do fundo do Lago Mono - que é três vezes mais salgado do que o oceano - os pesquisadores passaram a cultivar, em laboratório, os micróbios extraídos dali, usando uma dieta onde entravam doses crescentes de arsênico.
A taxa de arsênico em relação a fósforo no meio de cultura foi sendo ampliada paulatinamente, com a transferência de populações de bactérias para meios cada vez mais pobres no elemento tradicional da vida e cada vez mais ricas no material tóxico, até um ponto onde qualquer bactéria que ainda estivesse produzindo DNA, ATP e outras moléculas que dependem de fósforo fosse forçada a usar arsênico no lugar - ou morrer.
Quando o microscópio revelou que havia micróbios vivos mesmo no meio de cultura mais concentrado, uma série de análises delicadas foi realizada para determinar se o arsênico estava mesmo sendo utilizado como "material de construção" pelas bactérias.
Os testes revelaram que o arsênico estava realmente dentro das células. Depois, com o uso de material radiativo baseado em arsênico, os cientistas conseguiram encontrar sinais do elemento em fragmentos de moléculas de proteína, gordura e material genético.
Aprofundando a análise, a equipe determinou a presença de arsênico no DNA purificado das bactérias. Testes com raios X de alta intensidade indicaram que o arsênico presente ali estaria cumprindo uma função química, dentro da molécula de DNA, análoga à do fósforo.
Davies, um físico que vem se especializando na questão da busca por vida extraterrestre, acredita que o micróbio GFAJ-1 é apenas "a ponta do iceberg". "Isso tem o potencial de abrir um novo domínio na microbiologia", disse ele, também por meio de nota. Felisa acrescenta: "Se uma coisa na Terra pode fazer algo tão inesperado, o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?"
Outros cientistas, no entanto, preferem manter cautela e esperar por mais provas de que a bactéria faz tudo o que seus descobridores alegam. Ouvido pela revista Science, o microbiólogo Robert Gunsalus, da Universidade da Califórnia, afirma que "ainda há muito a fazer antes de pôr esse micróbio no mapa da biologia".
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,bacteria-que-come-arsenico-abre-nova-perspectiva-para-vida-fora-da-terra,648558,0.htm

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Resultado da 1ª fase do vestibular da Ufba 2011

Ufba divulga resultado da 1ª fase do vestibular 2011; confira

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) divulgou nesta segunda-feira (29) o resultado da 1ª fase do vestibular 2011.

Clique aqui e confira o resultado

10 Mitos e 1 Verdade: a aids existe.


SÃO PAULO - Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado nesta quarta-feira, 1º, o Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana promove, com o apoio do Laboratório Abbott, uma ação de flash mob nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

 A campanha "10 Mitos e 1 Verdade: a aids existe. Previna-se" espera atrair principalmente os jovens e contará com dez dançarinos vestidos de personagens como Papai Noel, Coelho da Páscoa, Lobisomem e Saci Pererê para chamar a atenção aos "mitos" da doença e conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção.
Na capital paulista, a ação será realizada no vão livre do Masp (Av. Paulista, 1578), às 12h15. No Rio, está programada para ocorrer no calçadão de Copacabana, por volta das 16h30 (o horário ainda será confirmado). Em Recife, o flash mob acontecerá no Parque da Jaqueira, na zona norte, às 16h30.
Na ocasião, também haverá distribuição de informativos à população. Neste sábado, 4, a entrega de material explicativo será ampliada para outras oito cidades do País: São José dos Campos, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Cuiabá, Vitória e Florianópolis. O Parque do Ibirapuera, na capital paulista, também vai participar.
A campanha conta com o apoio das Sociedades de Infectologia Brasileira, Paulista, Pernambucana, Riograndense e do Rio de Janeiro.
Camisetas
Para quem quiser participar mais efetivamente da iniciativa, a partir do dia 1º haverá um quiz sobre o HIV no site www.dezmitos.org, e as primeiras cem pessoas que o acertarem vão ganhar uma camiseta exclusiva da campanha, a mesma que os dançarinos usarão no flash mob.
Os 10 mitos são:
 
1. HIV e aids são a mesma coisa;
2. Não é preciso se preocupar com a aids porque já existe tratamento;
3. Quem é HIV positivo não precisa fazer sexo seguro;
4. Sexo oral não transmite HIV;
5. Um casal virgem não corre risco de pegar HIV;
6. Quem tem parceiro fixo não precisa usar camisinha;
7. Quem tem HIV não pode ter filhos;
8. A aids pode ser transmitida pelo beijo;
9. O teste de HIV só deve ser feito quando há suspeita de aids;
10. Quem tem HIV desenvolverá aids, inevitavelmente.


E a única verdade é:
1. A aids existe. Previna-se e não se esqueça de falar com seu médico.
 http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,campanha-contra-aids-faz-flash-mob-em-tres-cidades-brasileiras-nesta-4a,647035,0.htm

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Língua de Darwin

Edição 103 - Dezembro 2010
A Língua de Darwin
A seleção natural aplicada às línguas naturais
por Paulo Manes e Maria Flávia Figueiredo
O que é, de fato, a vida? O que é que caracteriza um ser vivo e o diferencia da matéria inanimada? Para os biólogos, a vida é caracterizada por alguns fatores: metabolismo, homeostase, capacidade de crescer e responder a estímulos, a capacidade de se reproduzir e, finalmente, a capacidade de se adaptar ao meio em que está inserida, por meio da seleção natural. Podemos dizer que a vida é a transformação constante de uma estrutura básica e estável.

Há muito se discute se às línguas naturais pode ser conferido o título de “vivas”. De um lado, temos os que defendem as semelhanças entre elas e os seres vivos, e, de outro, temos aqueles que afirmam serem as línguas apenas mais um fenômeno social. Apesar de a semelhança entre línguas e entidades vivas parecer evidente, é necessária uma breve comparação entre essas duas existências. O metabolismo pode ser definido como o conjunto de reações químicas que ocorre nos organismos vivos para sustentar sua vida; a homeostase é a propriedade que mantém um sistema regulado e estável internamente; o crescimento é a capacidade de se desenvolver e se transformar em algo maior e/ou mais complexo; a resposta a estímulos é a capacidade de responder a alterações no ambiente externo ou interno, e a capacidade de reprodução é a possibilidade de gerar descendentes; por f m, a adaptação é o processo por meio do qual, com o correr do tempo, a vida se torna mais bem “configurada” ao ambiente em que está inserida, aumentando assim as chances
de sobrevivência.

As línguas naturais têm, se não todas, pelo menos a maioria das características que atribuímos à vida. Notaremos que o metabolismo das línguas se constitui na língua falada. Esta é a realização da língua, isto é, sem ela não existe nada que seja observável ou passível de estudo no campo da linguística. Sem a fala não há uma língua de facto, não há “vida” na língua: apenas um sistema estático, “inorgânico”.

A homeostase da língua se caracteriza pela estrutura lingüística subjacente: sua gramática. Não é possível conceber a existência de uma língua agramatical. Sentenças ditas agramaticais, ou seja, que não estejam de acordo com a gramática da língua por fugirem do “equilíbrio linguístico” que garante a ordem do sistema, não encontram sustentação e simplesmente desaparecem, sem sequer terem sido pronunciadas. Que as línguas crescem, ou seja, que se tornam maiores e mais complexas com o passar do tempo, é inquestionável. Basta que observemos a quantidade de neologismos surgidos quase diariamente em qualquer língua existente.

No que se refere à resposta a estímulos, talvez a língua seja o melhor exemplo para estudo, uma vez que mudamos nossa forma de expressão a todo momento: conforme os estímulos são alterados (mudanças de situação, interlocutores, o tom de um texto etc.), a língua também se altera, tendo uma espécie de sensibilidade, própria de seres vivos. Outro ponto inquestionável é a capacidade de reprodução das línguas naturais. O português é uma das muitas línguas-filhas do latim, bem como o italiano, o francês, o espanhol, o romeno, o catalão e outras 42 línguas. A família do indo-europeu, da qual as línguas itálicas fazem parte, consiste em quase 450 línguas diferentes.

Associada à capacidade de reprodução, encontramos a capacidade de adaptação das línguas naturais. Uma vez separadas do ramo principal e isoladas geograficamente de sua língua-mãe, as variantes linguísticas se tornarão maiores e mais maduras até constituírem línguas próprias e distintas, como ocorreu com o português e o francês, por exemplo, após a queda do Império Romano e o consequente enfraquecimento do latim.

Dessa forma, as línguas merecem, sim, o título de “vivas”, ainda que, evidentemente, com reservas. Como Darwin nos ensina em seu A origem das espécies, os seres vivos estão sujeitos a transformações em si próprios e no ambiente em que vivem. Não fosse assim, jamais teríamos a maravilhosa diversidade ao nosso redor, com criaturas perfeitamente adaptadas a certos ambientes e funções, como a famosa Xanthopan morgani, a “mariposa que Darwin previu”.

Darwin descobriu um mecanismo natural que preserva as características úteis à sobrevivência de um indivíduo e descarta as prejudiciais. Esse mecanismo – a seleção natural – é tão poderoso e universal que pode ser aplicado a praticamente qualquer sistema complexo. A língua de Darwin é afiada e poderosa, já que descreve o funcionamento da Natureza com precisão espantosa. É a língua da variação e da adaptação, da vida e da maravilha que nos cerca neste mundo. Realmente, “há grandeza nessa forma de ver a vida”.
Paulo Manes e Maria Flávia Figueiredo Paulo Manes é pesquisador-bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPT) na área de estudos linguísticos.
Maria Flávia Figueiredo é doutora em lingüística pela Unesp. 

 http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/a_lingua_de_darwin.html

 MATÉRIA SUGERIDA POR: Vitor viu uma matéria no site da revista Scientific American Brasil e gostaria que você visitasse: http://www.sciam.com.br/artigos/a_lingua_de_darwin.html

domingo, 21 de novembro de 2010

Macarrão instantâneo com tempero é campeão em sódio

19/11/2010 - 03h30

Macarrão instantâneo com tempero é campeão em sódio

LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA 
 

Macarrão instantâneo, batata frita e biscoito de polvilho são os alimentos industrializados com maior teor de sódio, gordura saturada e trans, respectivamente.
A constatação é de um estudo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que analisou mais de 20 categorias de produtos.
O consumo elevado de sódio pode levar à hipertensão. A ingestão de gorduras trans e saturada acima dos níveis indicados pode causar problemas cardíacos.
O macarrão instantâneo com tempero foi um dos que mais chamou a atenção. Dependendo da marca, a pessoa ingere em uma porção até 167% do sódio recomendado para o consumo diário.
A Anvisa comparou 12 marcas de macarrão instantâneo: algumas têm duas vezes mais sódio que outras.
"O consumidor precisa comparar, há fabricantes que já produzem alimentos mais saudáveis", diz Maria Cecília Brito, diretora da Anvisa.
Na análise da gordura saturada, a batata frita foi o alimento "vilão". Também houve, nesse caso, grande variação entre as 28 marcas pesquisadas. Há marcas que contêm até cinco vezes mais gordura saturada que outras.
Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação afirmou estar "surpresa" com a divulgação do estudo da Anvisa, porque esperava discutir o tema em um evento na próxima semana.

Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/832842-macarrao-instantaneo-com-tempero-e-campeao-em-sodio.shtml

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Micróbios sem DNA?

Micróbios sem DNA?

Sergio Pena explica como age o príon – proteína infecciosa por trás do mal da vaca louca e de outras doenças degenerativas – e mostra o que ele tem em comum com uma entidade química postulada em uma obra de ficção científica dos anos 1960.
Por: Sergio Danilo Pena
Publicado em 12/11/2010 | Atualizado em 12/11/2010

Representação artística da estrutura tridimensional de resíduos do príon, agente infeccioso puramente proteico – portanto, sem DNA – por trás de várias doenças neurodegenerativas (foto: Wikimedia Commons – CC 3.0 BY-SA). 


Há duas semanas o presidente dos Estados Unidos Barack Obama anunciou os ganhadores da Medalha Nacional da Ciência, a maior honraria outorgada a cientistas naquele país. Dentre os agraciados deste ano está Stanley B. Prusiner (1942 -), que ganhou também o Nobel de Medicina ou Fisiologia em 1997 por sua descoberta dos príons, uma nova classe de agentes infecciosos compostos apenas de proteínas.
Como eu já tinha vagos planos de abordar a questão dos príons algum dia na Deriva Genética, vi que o momento ideal chegara. Mas decidi abordar os príons de forma lenta, recapitulando a minha própria trajetória na compreensão dessas bizarras proteínas infecciosas, agentes da encefalopatia espongiforme bovina (popularmente conhecida como “doença da vaca louca”) e de várias doenças neurogenerativas humanas.


Kurt Vonnegut Jr.


Retornemos à década de 1970, quando um dos autores mais lidos nos campi universitários norte-americanos era Kurt Vonnegut Jr. (1922-2007). Ainda fazendo meu doutorado no Canadá, tive a oportunidade de ler e me encantar com seu livro Cat’s Cradle [“Cama de gato”], que havia sido publicado em 1962.
O livro tem um enredo complexo que gira em torno de uma entidade química chamada “gelo-9”. Este tem uma estrutura cristalina muito mais estável do que o gelo normal, mas derrete a 45,8ºC, em vez de  0ºC, como é usual.
Assim, caso um pequeno pedaço de gelo-9 entrasse em contato  com a água do oceano, ele iria agir instrutivamente como uma “semente” de cristal. Em pouco tempo, toda a água do oceano iria se congelar na forma cristalina estável, causando uma catástrofe global de medonhas proporções.


Canibalismo e doenças degenerativas

No cenário das terras altas orientais da Nova-Guiné, um grupo primitivo – os Fore – começou a apresentar na década de 1950 uma doença neurodegenerativa chamada por eles de kuru, que quer dizer tremor.
A doença tinha um padrão claramente familiar, com transmissão de geração em geração. Por isso, a primeira hipótese dos pesquisadores que se depararam com ela foi de que se tratava de um problema genético mendeliano. A tribo foi visitada pelo antropólogo Daniel Carleton Gajdusek (1923-2008), que iniciou uma investigação dos costumes do povo Fore, que incluíam o canibalismo ritual de membros mortos da comunidade.
Equipes médicas visitaram a região e observaram a semelhança dos sintomas e das alterações neuropatológicas do kuru com uma enfermidade rara chamada doença de Creutzfeld-Jakob, que acomete pessoas idosas. A diferença é que o kuru frequentemente afetava crianças e adolescentes, e não apenas adultos.

 A imagem mostra quatro mulheres afetadas com uma forma avançada de kuru, necessitando de estacas de madeira para se manterem de pé. As três meninas sentadas também são afetadas (foto: Daniel Carleton Gajduzek / Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 363: 3636–3643, 2008).

 Mais tarde Gajdusek observou também a similaridade do kuru com uma doença infecciosa transmissível de ovelhas conhecida por seu nome em inglês, scrapie (ou paraplexia enzoótica dos ovinos, na denominação técnica).

Estimulado por tais observações, Gajdusek demonstrou experimentalmente a transmissão laboratorial do Kuru para primatas usando injeções cerebrais com extratos obtidos do sistema nervoso central de pacientes vitimados por essa enfermidade.
A doença foi então caracterizada como infectocontagiosa, com uma cadeia epidemiológica dependente do canibalismo. Quando os Fore deixaram de praticar o ritual, a doença desapareceu entre eles.
Gajdusek descreveu o vírus do kuru como atípico e de ação lenta. Pelo seu trabalho, ele recebeu o Nobel de Medicina ou Fisiologia em 1976.

Proteínas normais e patogênicas

Em 1972, Stanley Prusiner, um neurologista na Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), interessou-se pela doença Creutzfeldt-Jakob,  depois que um de seus pacientes foi vitimado por ela. Sabendo do trabalho de Gajdusek com o kuru, Prusiner dedicou-se a identificar o “vírus”, usando o método de infecção por transferência de humanos a animais.
Uma década depois, ele conseguiu purificar no cérebro de hamsters o agente infeccioso. Para surpresa de Prusiner, o mesmo mostrou-se constituído de uma única proteína e não possuía DNA! O agente foi chamado de príon, um acrônimo cunhado pelo pesquisador a partir da expressão PRotein Infection ONly (‘infecção por proteína apenas’, em português).

Sendo o príon apenas uma proteína, como seria ele geneticamente codificado? Usando sondas de DNA, Prusiner demonstrou que todos os mamíferos, inclusive os humanos, possuíam o gene do príon em seu genoma.
Mas como, então, explicar a capacidade infecciosa de uma proteína tão facilmente encontrável?
A solução veio quando ele verificou que a proteína, denominada PrP, era capaz de se enovelar em duas conformações distintas – a celular normal (PrPc) e a patogênica (PrPSc), mais estável, que se precipitava nos neurônios e causava a doença.
Descobriu-se então que, quando a proteína normal PrPc entrava em contato com o príon PrPSc, ela mudava de conformação e se tornava patogênica. Assim, o mecanismo infeccioso do príon é instrutivo – exatamente o modus operandi que Vonnegut havia postulado para o gelo-9! O príon era um gelo-9 de proteínas!
A partir daí, acumularam-se inúmeras evidências que demonstraram, definitivamente, a ausência de DNA e a natureza puramente proteica dos príons.

A mais importante delas foi obtida em 1992, quando foi demonstrado que camundongos que haviam sofrido deleção (knock-out) do gene normal da PrPc se tornavam resistentes aos príons infecciosos.


Entretanto, se o gene era reintroduzido, a susceptibilidade se restaurava. Curiosamente, os camundongos sem o gene da PrPc eram saudáveis, mostrando que a proteína não é indispensável para a vida normal.

Esperteza

Em 1994, eu participava de um simpósio sobre biologia molecular e doenças humanas em Miami quando, ao entrar no auditório, me deparei com Stanley Prusiner, sentado sozinho.
Achando-me muito esperto, me dirigi a ele e perguntei se ele conhecia o livro Cat’s Cradle de Kurt Vonnegut e se sabia da similaridade entre o gelo-9 e os príons. Ele olhou para mim espantado e disparou: “É claro!”. Tomei uma lição, mas pelo menos fiquei com uma estória para contar...

 A flor ‘Paris japonica’ tem o maior genoma conhecido, com 150 bilhões de nucleotídeos (foto: Wikimedia Commons).

A antítese do príon

O príon é um agente infeccioso que não contém DNA – consequentemente, não tem genoma! Poderíamos indagar, então, qual seria sua antítese – o organismo com o maior genoma conhecido?

No mês passado, pesquisadores descobriram uma flor japonesa bastante rara chamada Paris japonica. Ela tem um genoma de 150 bilhões de pares de base, 50 vezes maior que o genoma humano. Não deixa de ter um certo toque poético o fato de o maior genoma ser de uma flor!

Sergio Danilo Pena
Departamento de Bioquímica e Imunologia
Universidade Federal de Minas Gerais
 http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-genetica/microbios-sem-dna

Alho pode ser bom contra pressão alta

Alho pode ser bom contra pressão alta, revela estudo com 50 pessoas

Voluntários que tomaram extrato envelhecido tinham pressão em torno de 10 mmHg menor

18 de novembro de 2010 | 21h 17
 
 Divulgação
Estudo testou extrato envelhecido em 50 pessoas

Reuters
SYDNEY - Um estudo feito por cientistas australianos e publicado na revista científica Maturitas revela que alho pode ser bom contra pressão alta.
Em um levantamento de 12 semanas, envolvendo 50 pacientes, Karen Reid e colegas da Universidade de Adelaide descobriram que aqueles que tomavam quatro cápsulas por dia de um suplemento chamado "extrato de alho envelhecido" tinham pressão arterial em torno de 10 mmHg inferior ao grupo que recebeu placebo.
Karen disse que o alho, ingerido de qualquer forma (cru, fresco ou em pó) não tem o mesmo efeito. "Quando você cozinha o alho fresco, o ingrediente responsável pela redução da pressão arterial desaparece", explicou.
"O que realmente interessa é saber que o extrato de alho envelhecido é um suplemento alimentar que funciona como uma arma secreta contra a pressão sanguínea", completa.
Há muito tempo o alho tem sido considerado bom para o coração, e praticantes da medicina tradicional indiana Ayurveda têm promovido há séculos os benefícios desse bulbo como preventivo de pressão alta.
Mas Karen afirmou que sua pesquisa foi a primeira a avaliar o impacto do extrato de alho envelhecido sobre o fluxo sanguíneo. O tratamento foi pensado para ser uma alternativa a outros medicamentos.
A pressão arterial elevada é um importante fator de risco para doenças cardíacas, derrames, insuficiência cardíaca, doença vascular periférica e insuficiência renal. O risco de problemas aumenta à medida que sobe o nível da pressão. Cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem de hipertensão
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,alho-pode-ser-bom-contra-pressao-alta--revela-estudo-com-50-pessoas,641941,0.htm

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mal uso de antibiótico pode enfraquecer as defesas do corpo.

08/11/2010 - 11h20

Uma semana de antibiótico pode enfraquecer as defesas do corpo por até dois anos

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JULIANA VINES
DE SÃO PAULO
Tomar antibiótico por uma semana pode prejudicar as defesas do organismo por até dois anos, segundo estudo feito pelo Instituto Sueco para Controle de Doenças Infecciosas e publicado na revista "Microbiology".


Flora intestinal é o nome dado às bactérias que vivem na parede do intestino. Lá existem centenas de espécies de micro-organismos, protetores ou nocivos à saúde, que convivem em equilíbrio.
As bactérias "boas" têm funções metabólicas, como ajudar no funcionamento do intestino, na absorção de gordura e vitamina B12 e na produção de ácido fólico.
"A função mais importante é controlar bactérias desfavoráveis. Sem elas, nós viveríamos constantemente com infecções", diz Ricardo Barbuti, médico endocrinologista da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Segundo o especialista, há muito se sabe que os antibióticos têm efeito na flora intestinal. O que o estudo recém-publicado mostra é que essas alterações duram muito mais tempo do que se pensava.
"Além de causar um desequilíbrio passageiro, o remédio também seleciona bactérias resistentes. Agora sabemos que essa resistência pode durar mais tempo", explica André Zonetti de Arruda Leite, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress

 
CONSEQUÊNCIAS
Diarreias, disfunção intestinal e inflamações (colites) são as consequências mais comuns do desequilíbrio da flora intestinal. Tanto faz se o uso do antibiótico é feito de forma correta ou incorreta -por mais ou menos tempo do que o necessário.
"O medicamento deve ser usado só quando o benefício compensa o risco e não há outra alternativa", diz Barbuti. Gripes, resfriados ou dores de cabeça não devem ser tratados com antibiótico.
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/827146-uma-semana-de-antibiotico-pode-enfraquecer-as-defesas-do-corpo-por-ate-dois-anos.shtml

domingo, 7 de novembro de 2010

O uso de bisfenol A (BPA) de suas embalagens plásticas.

05/11/2010 - 10h03

Plástico nocivo será tirado de produtos, diz indústria


GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO
Na última semana, três grandes empresas alimentícias anunciaram esforços para banir o uso de bisfenol A (BPA) de suas embalagens.
A Nestlé se comprometeu a abolir o uso da substância nos próximos três anos. Outros conglomerados -Heinz e General Mills- estão investindo em alternativas.
O bisfenol A, componente químico usado na confecção de alguns tipos de plástico e no revestimento interno de latas de comida e bebida, é contestado por organizações de consumidores e parte da comunidade científica, devido a riscos ao organismo.
Pesquisas têm associado o contato com a substância a probabilidades maiores de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, puberdade precoce e queda da fertilidade em adultos.
No dia 28, foi publicado um estudo no periódico "Fertility and Sterility" que analisou 514 operários chineses por cinco anos. Aqueles com vestígios de BPA na urina apresentavam risco três vezes maior de produzir sêmen de pior qualidade.

Editoria de Arte/Folhapress

 
PRECAUÇÃO
Canadá, Dinamarca, França e Costa Rica já vetaram o uso de bisfenol em mamadeiras e copos infantis.
No Brasil, a Anvisa estabelece o limite de 0,6 miligrama de BPA por quilo de embalagem alimentícia. Segundo a Vigilância Sanitária, "dentro desse parâmetro, a substância não oferece risco para a saúde da população".
Mas, para a tradutora Fabiana Dupont, 39, que criou um site para alertar sobre os riscos do bisfenol A, não há certeza sobre qual nível pode ser considerado seguro.
"A utilização de BPA em embalagens alimentares tem que ser banida até que os produtores provem que ele não faz mal à saúde", diz.
Segundo endocrinologistas, nenhum estudo em humanos foi conclusivo sobre o aspecto nocivo da substância, mas há indícios de que sua composição possa causar alterações hormonais.
"A conformação é similar à do estrógeno: é possível que seja recebido no corpo como se fosse o próprio hormônio e cause efeitos como puberdade precoce e redução da fertilidade", diz Elaine Costa, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
A Nestlé do Brasil informou que pretende seguir as diretrizes da sede e que já iniciou estudos "que visam eliminar integralmente, em até três anos, o bisfenol das embalagens dos produtos".
Já a Coca-Cola informou que as quantidades da substância usadas em seus produtos não oferecem risco à saúde, "conforme é consenso entre agências reguladoras da área de alimentos".
RÓTULOS
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defende a proibição do uso e, antes disso, a adoção de avisos nos rótulos de todos os produtos que contenham bisfenol A.
"Não há norma que obrigue a isso, mas temos essa posição com base no direito à informação previsto no Código do Consumidor", diz a advogada Juliana Ferreira.
No Senado, tramita projeto de lei para banir o uso do BPA em produtos infantis.
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/825931-plastico-nocivo-sera-tirado-de-produtos-diz-industria.shtml

Projeto quer reduzir reserva legal em Mato Grosso

05/11/2010 - 08h31

Projeto quer reduzir reserva legal em Mato Grosso

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
A Assembleia de Mato Grosso aprovou um projeto que reduz áreas passíveis de preservação no Estado e diminui o percentual de recomposição de reserva legal.
Aprovado por 19 votos a um, o projeto substitui o zoneamento socioeconômico e ecológico que havia sido proposto pelo ex-governador Blairo Maggi (PR), após três anos de reuniões técnicas e audiências públicas.


O zoneamento estipula uma série de indicações para o uso e a ocupação dos 90 milhões de hectares do Estado.
Em relação à proposta original, aumentam em 67% as áreas destinadas à "intensificação das atividades agropecuárias": de 23 milhões de hectares para 39 milhões de hectares, um acréscimo equivalente ao território do Acre.
As áreas destinadas à criação de unidades de conservação, que no texto anterior chegavam a 5,5 milhões de hectares, caíram 73%.
O principal articulador foi o deputado Dilceu Dal Bosco (DEM). Segundo ele, a versão anterior, que havia recebido o apoio dos ambientalistas, poderia "engessar" o desenvolvimento do Estado.
"Manter o texto original seria algo gravíssimo. Áreas já abertas e consolidadas seriam engessadas e teriam, por exemplo, dificuldades em obter financiamento", disse o deputado.

Editoria de Arte/Folhapress


O material aprovado também indica o "plantio da cana-de-açúcar e a produção sucroalcooleira" em áreas já abertas no Estado, excluindo as áreas alagáveis. Segundo ambientalistas, o texto abre caminho para o plantio de cana nas terras altas do Pantanal e na Amazônia.
Outro artigo diz que, para fins de recomposição florestal, o percentual de reserva legal cai de 80% para 50% de cada propriedade rural.
O projeto receberá redação final e vai ao governador Silval Barbosa (PMDB) para sanção ou veto. Reeleito no primeiro turno, Barbosa disse que só irá se pronunciar após receber o texto final.
De acordo com a diretoria de Zoneamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, os zoneamentos estaduais podem prever a redução da reserva legal para fins de recomposição.
A proposta de Mato Grosso, porém, só passa a vigorar após ser submetida à avaliação técnica da CCZEE (Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico), formada por representantes de 15 ministérios.
Por meio de nota, a ONG ICV (Instituto Centro de Vida) disse que o zoneamento de MT "contradiz os compromissos assumidos perante a comunidade internacional, que preveem a redução do desmatamento e a promoção da agricultura de baixas emissões de carbono".
Um manifesto assinado por 27 entidades, entre elas o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), será entregue hoje ao governador Silval Barbosa. O documento pede o veto integral ao projeto aprovado pelos deputados. "A versão atual apresenta inconsistências técnicas, além de desperdiçar um grande orçamento já destinado aos seus estudos."
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/825892-projeto-quer-reduzir-reserva-legal-em-mato-grosso.shtml

domingo, 31 de outubro de 2010

Origem dos antropoides

Nova pista sobre a origem dos antropoides

A descoberta de alguns dos mais antigos fósseis africanos de primatas desse grupo, que reúne macacos e seres humanos, indica, pela diversidade de espécies encontrada, que nossos ancestrais podem ter surgido em outro continente.
Por: Thaís Fernandes
Publicado em 27/10/2010 | Atualizado em 27/10/2010
Fósseis encontrados na África mostram que, há cerca de 39 mil anos, o continente já abrigava diversas espécies de primatas antropoides (arte: Mark A. Klingler/Carnegie Museum of Natural History, Pittsburgh, Pa).  
 
O enigma sobre a origem dos primatas antropoides, grupo que inclui macacos e seres humanos, acaba de ter mais uma pista revelada. A descoberta de alguns dos mais antigos fósseis africanos do grupo põe em cheque a teoria de que a África teria sido o berço dos primatas superiores. A diversidade de espécies encontrada sugere que o continente foi colonizado posteriormente pelos nossos ancestrais, junto com outros mamíferos.
Ainda não há consenso sobre a época e o local de surgimento dos primeiros primatas antropoides. Fósseis encontrados no Egito sustentavam a hipótese de que esse grupo se originou na África durante o período Cretáceo (de 145 milhões e 500 mil a 65 milhões e 500 mil anos atrás). Essa teoria já havia sido questionada após a descoberta de vários antropoides basais na Ásia.

A conclusão é de um estudo publicado esta semana na Nature por uma equipe internacional de pesquisadores liderados por Jean-Jacques Jaeger, do Instituto Internacional de Paleoprimatologia e Paleontologia Humana, Evolução e Paleoambiente (França).
Os novos fósseis descritos pela equipe tiveram a idade estimada em cerca de 39 milhões de anos (período Eoceno médio tardio) e foram encontrados na formação Dur At-Talah, na Líbia central, no norte da África. O mais velho antropoide africano reconhecido até agora teria vivido há cerca de 40 milhões de anos na Argélia.
 
 Vista panorâmica da formação Dur At-Talah, na Líbia central, onde foram encontrados fósseis de alguns dos mais antigos primatas antropoides africanos (foto: MPFL).

Diversidade surpreendente

O achado surpreende pela diversidade de espécies – quatro ao todo, sendo três novas (Karanisia arenula, Afrotarsius libycus e Talahpithecus parvus) e uma já conhecida pela ciência (Biretia piveteaui). Elas pertencem a três diferentes clados (grupo de organismos originados de um único ancestral comum) de antropoides e a um grupo de primatas que tem como atuais principais representantes os lêmures de Madagascar.
Segundo os pesquisadores, a explicação mais provável para essa diversidade é que várias espécies de antropoides tenham evoluído e se diversificado em outro continente e depois se dispersado quase simultaneamente em direção à África durante o período Eoceno médio.
“Sem evidência fóssil mais antiga na África, agora estamos olhando para a Ásia como o local onde esses animais evoluíram primeiro”, diz em comunicado à imprensa um dos autores do artigo, Christopher Beard, do Museu Carnegie de História Natural, nos Estados Unidos.
Outra justificativa é que os antropoides tenham surgido na África muito antes do que se imagina. Mas os paleontólogos não acreditam que a aparição repentina de tamanha diversidade de espécies vivendo aproximadamente ao mesmo tempo no norte da África seja fruto de uma lacuna no registro fóssil africano.
Outros sítios do mesmo período já foram bem estudados na região e não apresentaram indícios do surgimento dessas novas espécies.

Representação artística das quatro espécies de primatas antropoides encontradas na Líbia (arte: Mark A. Klingler/Carnegie Museum of Natural History, Pittsburgh, Pa).
 Tendência de crescimento

Os quatro primatas primitivos descobertos na Líbia eram notavelmente pequenos: o peso dos adultos variava de 120 a 470 gramas. Essa característica reforça a conclusão de que os antropoides surgiram a partir de indivíduos muito pequenos, baseada na análise de um agrupamento de primatas do Eoceno médio encontrado na China.
Segundo os cientistas, essas espécies começaram a ser suplantadas por outras maiores no Eoceno tardio, e essa tendência de crescimento entre os antropoides africanos primitivos continuou no Oligoceno.
Beard diz que, quando esses pequenos antropoides surgiram, a África era um continente isolado e não havia nada que pudesse competir com eles. “Isso leva a um período de divergência evolutiva florescente entre antropoides, e uma dessas linhagens resultou nos humanos”, explica.
“Se nossos ancestrais antropoides primitivos não tivessem obtido sucesso na migração da Ásia para a África, nós simplesmente não existiríamos.”
Além dos primatas descritos no artigo, foram identificados cinco roedores no sítio localizado na Líbia. A equipe destaca agora a necessidade de estudos em outros sítios do Eoceno médio na África e na Ásia para entender melhor esse período pouco documentado da história evolutiva dos primatas.
Thaís Fernandes
Ciência Hoje On-line
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/10/nova-pista-sobre-a-origem-dos-antropoides

Especial de Halloween: medicina medieval


Especial de Halloween: medicina medieval

por Carlos Orsi

á que o assunto do fim de semana é o horror e o terror, o que poderia ser melhor que uma olhada nas teorias que regeram a medicina até poucos séculos atrás?
De Hipócrates (300 AEC) a Galeno (150 EC) e por todos os séculos posteriores em que as ideias desses dois sábios reinaram, o que se passava por ciência médica no ocidente começava e terminava nos quatro elementos — terra, fogo, ar e água — e em suas qualidades: a terra é fria e seca; o fogo é quente e seco; o ar é quente e úmido; e a água é fria e úmida.
O que diabos isso tem a ver com saúde humana? No século VI, Alexandre de Tralles decretava que o dever do médico era “esfriar o quente; secar o úmido; aquecer o frio; umedecer o seco”. Em outras palavras, restaurar, no paciente, o equilíbrio entre essas propriedades fundamentais, balanço cuja perda seria a causa da  doença.
Como isso era feito? Achava-se que o equilíbrio era ditado pelos temperamentos, que por sua vez eram controlados pelos humores. Dizer que fulano tem um “temperamento ruim” porque “vive de mau humor” hoje pode ser uma queixa fútil contra o chefe ranzinza, mas há mil anos era diagnóstico médico da maior gravidade.
Os humores eram fluidos que, acreditava-se, percorriam o corpo; sua abundância ou escassez determinava os temperamentos, e cabia ao médico pôr a casa em ordem.
O fluido, ou humor, quente e úmido é o sangue, e o temperamento dominado por ele é o sanguíneo, ou otimista e impetuoso; seu oposto é a bile negra, fria e seca, que produz o temperamento melancólico; a bile amarela é o humor quente e seco, e domina o temperamento colérico; a fleuma é fria e úmida e predomina no temperamento, você adivinhou, fleumático.
Além de corresponder aos quatro elementos clássicos, os humores ligavam-se às estações do ano (o verão, quente e seco, pertence à bile amarela e aos coléricos) e, por meio delas, à astrologia.
Era com base nessa intrincada rede de metáforas e superstições que se praticava a medicina. Um diagnóstico do século XVI, citado por Joseph Jastrow em seu monumental Error and Eccentricity in Human Belief, dizia: “Temperatura e condição muito úmidas e frias, o fluxo dos humores coincidindo com as conjunções e oposições da Lua”.  Sangrias eram realizadas para drenar excessos de calor e/ou umidade.
Claro, o processo tinha algum dinamismo e a medicina fazia avanços, ainda que terrivelmente lentos para os nossos tempos, que viram os antibióticos, a radioterapia, o remédio para pressão alta e o Viagra surgirem em menos de 100 anos.
No século XII, talvez como um efeito colateral das duas ou três primeiras Cruzadas, pó de múmia passou a ser um componente popular de medicamentos. Não só inúmeras múmias egípcias foram destruídas para alimentar essa farmacopeia, como corpos frescos também passaram a ser usados.
Uma receita do século XVII pede, como matéria-prima, o “cadáver (…) de um homem completo, não mutilado, limpo e sem nódoas da idade de 24 anos, que tenha sido enforcado ou quebrado na roda (…)”. “Quebrar na roda” era, claro, um método especialmente excruciante de morte sob tortura.
Quem quiser saber mais sobre múmias medicinais pode baixar a edição de Halloween da Annals of Improbable Research, que traz boas referências a respeito.
 Ilustração mostra dentista em ação no século XIV
http://blogs.estadao.com.br/carlos-orsi/2010/10/29/especial-de-halloween-medicina-medieval/