quarta-feira, 21 de abril de 2010

Projeto Censo da Vida Marinha invisível

21/04/2010 - 08h36

Cientistas fazem censo de"'vida marinha invisível"

da BBC Brasil
Cientistas estão perto de terminar um levantamento das criaturas invisíveis a olho nu que vivem no fundo dos oceanos do planeta. O projeto faz parte do Censo da Vida Marinha que deve ser concluído até outubro.
O censo vem sendo realizado há dez anos e envolve 14 projetos, dos quais quatro têm o objetivo de catalogar a variedade e a quantidade das criaturas microscópicas que estão no início da cadeia alimentar do planeta.
De acordo com os pesquisadores, é fundamental conhecer e entender essas espécies "invisíveis" para compreender o tamanho, a dinâmica e a estabilidade da cadeia alimentar, do ciclo de carbono e de outros processos fundamentais para a vida na Terra.

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
Cientistas estão concluindo um levantamento das criaturas microscópicas que vivem nos oceanos. Este 'verme-lula' foi coletado no Mar de Celebes, no Pacífico, a 2,8 mil metros de profundidade. 

Entre as descobertas mais recentes está uma imensa colônia de micróbios na costa oeste da América do Sul que cobre uma área equivalente ao território da Grécia --que já está sendo considerada uma das maiores aglomerações de vida já vistas.
O Censo da Vida Marinha envolve mais de 2.000 cientistas de mais de 80 países, em uma das maiores colaborações científicas internacionais já realizadas.

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
Cientistas alemães participantes do projeto encontraram esta nova loricifera, batizada de 'Culexiregiloricus trichiscalida', a mais de 4 mil metros de profundidade ao sul da Costa do Marfim, em 2005

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole
Os 'Acantharea' são um entre quatro tipos de grandes amebas que vivem em mar aberto. Seu frágil esqueleto é feito de um único cristal de sulfato de estrôncio que rapidamente se dissolve na água depois da morte da célula

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
 A larva de decápode se transformará em um caranguejo-ermitão. Assim que se estabelecer, a larva de meio centímetro precisará de uma concha dura para se proteger

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
 A 'Lyngbya' é uma cianobactéria verde-azulada, que é móvel e desliza pelo substrato. Essas algas são provavelmente o organismo mais antigo reconhecível na Terra - fósseis datam de mais de 3 bilhões de anos

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
 A maioria dos cefalópodes passam de larva à fase adulta. Em ambas, apresentam patas com ventosas e grandes olhos. As larvas são semitransparentes, mas conseguem mudar de aparência

L. P. Madin/Instituto Oceanográfico Woods Hole 
Esta larva de 'Ceriantharia' já começou a capturar alimento com os tentáculos que usará na fase adulta. A barriga escura sugere que ela já é uma boa 'caçadora', mesmo medindo apenas 1 centímetro 

'Vida nova'
Calcula-se que o número de micróbios nos oceanos fique na ordem de 10 à 30ª potência, ou 1 nonilhão.
Se fossem reunidas e retiradas do mar, as criaturas microscópicas pesariam o equivalente a 240 bilhões de elefantes africanos.
Estes seres constituem algo entre 50% e 90% da biomassa dos oceanos e são considerados vitais para o funcionamento do planeta.
No entanto, só nos últimos dez anos a tecnologia possibilitou revelar a extensão da diversidade de vida.
"Em nenhuma outra área da vida oceânica a magnitude das descobertas do censo foi tão extensa quanto no mundo dos micróbios", disse o coordenador da pesquisa sobre micróbios, Mitch Sogin, do Laboratório de Biologia Marinha em Woods Hole, Massachussetts, nos Estados Unidos.
Banco de dados
A pesquisa extraiu amostras de 1,2 mil locais no mundo e criou um banco de dados com 18 milhões de sequências de DNA, todas de micróbios.
O resultado disso é que a comunidade científica está revendo dramaticamente estimativas anteriores de biodiversidade: podem existir até cem vezes mais gêneros (a categoria entre família e espécie) de micróbios do que se acreditava até então.
Até o momento, de acordo com o vice-presidente do conselho científico do projeto, John Baross, da Universidade de Washington, foram identificados e isolados cerca de 20 mil micróbios marinhos.
No entanto, o censo indica que, dentro de um intervalo de tamanho determinado, mais de 20 milhões de tipos de bactérias vivam no oceano.
"O número total de espécies de micróbios marinhos, incluindo tanto dos grupos bacteria quanto archea, baseando-se na caracterização molecular, esteja provavelmente perto de 1 bilhão", afirmou Baross.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u723843.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/

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