26/09/2012
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04h55
Brasileiros vão decifrar genomas do papagaio e do sabiá-laranjeira
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Não é todo dia que uma imagem de Zé Carioca ilustra uma apresentação sobre genômica, mas o malandro arquetípico da Disney tinha um bom motivo para figurar no Powerpoint de Francisco Prosdocimi, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro): o tema era o genoma "dele".
Ou melhor, o do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), que está entre as espécies mais comuns do bicho em cativeiro. O objetivo de Prosdocimi e seus colegas é vasculhar o DNA da ave em busca de pistas que ajudem a explicar sua proverbial tagarelice.
Para atingir esse objetivo, o papagaio-verdadeiro não é o único alvo. O grupo de cientistas, batizado de Sisbioaves, pretende sequenciar (grosso modo, "soletrar") o genoma de outras espécies tipicamente brasileiras, como o sabiá-laranjeira e o bem-te-vi.
Em comum, esses bichos possuem o chamado aprendizado vocal -a
capacidade, similar à dos seres humanos, de aprender padrões de
vocalização ao longo da vida.
Detalhes sobre o projeto foram apresentados durante o 58º Congresso Brasileiro de Genética, em Foz do Iguaçu.
"A gente sabe que o aprendizado vocal é polifilético [ou seja, evoluiu mais de uma vez em linhagens sem parentesco próximo]", explica Claudio Mello, brasileiro que trabalha na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (Estados Unidos).
"Portanto, se a gente encontrar genes relevantes para esse comportamento que são compartilhados entre os vários grupos de aves e os humanos, provavelmente isso quer dizer que eles representam a base do aprendizado vocal", diz Mello.
Na maioria das aves, afirma Mello, existe o chamado período crítico de aprendizado -- uma fase da "infância" do bicho na qual ele precisa ser exposto ao canto de outro animal para que ele aprenda a cantar de forma apropriada, coisa que também se verifica no caso da fala humana. Já os papagaios parecem ser mais versáteis, sendo capazes de aprender a imitar sons humanos em praticamente qualquer fase de sua vida.
A estimativa de Prosdocimi e de sua colega Maria Paula Schneider, da UFPA (Universidade Federal do Pará), é que a leitura dos genomas do papagaio e do sabiá-laranjeira esteja concluída em meados do ano que vem.
Segundo o pesquisador da UFRJ, que é bioinformata (especialista na análise computacional de dados biológicos), espera-se que os bichos tenham genomas relativamente compactos, com menos da metade do tamanho do genoma humano.
Os pesquisadores ainda não encontraram, nos papagaios, o equivalente ao gene FOXP2, hoje um dos grandes candidatos a influenciar a capacidade humana para a fala. Mas não é só o lado vocal que interessa aos cientistas.
Prosdocimi destaca que os papagaios são inteligentes de modo geral. E vivem muito, passando dos 70 anos, o que traria pistas sobre as bases genéticas da longevidade.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1159238-brasileiros-vao-decifrar-genomas-do-papagaio-e-do-sabia-laranjeira.shtml
EDITOR DE "CIÊNCIA+SAÚDE"
Não é todo dia que uma imagem de Zé Carioca ilustra uma apresentação sobre genômica, mas o malandro arquetípico da Disney tinha um bom motivo para figurar no Powerpoint de Francisco Prosdocimi, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro): o tema era o genoma "dele".
Ou melhor, o do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), que está entre as espécies mais comuns do bicho em cativeiro. O objetivo de Prosdocimi e seus colegas é vasculhar o DNA da ave em busca de pistas que ajudem a explicar sua proverbial tagarelice.
Para atingir esse objetivo, o papagaio-verdadeiro não é o único alvo. O grupo de cientistas, batizado de Sisbioaves, pretende sequenciar (grosso modo, "soletrar") o genoma de outras espécies tipicamente brasileiras, como o sabiá-laranjeira e o bem-te-vi.
| Editoria de Arte/Folhapress |
Detalhes sobre o projeto foram apresentados durante o 58º Congresso Brasileiro de Genética, em Foz do Iguaçu.
"A gente sabe que o aprendizado vocal é polifilético [ou seja, evoluiu mais de uma vez em linhagens sem parentesco próximo]", explica Claudio Mello, brasileiro que trabalha na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (Estados Unidos).
"Portanto, se a gente encontrar genes relevantes para esse comportamento que são compartilhados entre os vários grupos de aves e os humanos, provavelmente isso quer dizer que eles representam a base do aprendizado vocal", diz Mello.
Na maioria das aves, afirma Mello, existe o chamado período crítico de aprendizado -- uma fase da "infância" do bicho na qual ele precisa ser exposto ao canto de outro animal para que ele aprenda a cantar de forma apropriada, coisa que também se verifica no caso da fala humana. Já os papagaios parecem ser mais versáteis, sendo capazes de aprender a imitar sons humanos em praticamente qualquer fase de sua vida.
A estimativa de Prosdocimi e de sua colega Maria Paula Schneider, da UFPA (Universidade Federal do Pará), é que a leitura dos genomas do papagaio e do sabiá-laranjeira esteja concluída em meados do ano que vem.
Segundo o pesquisador da UFRJ, que é bioinformata (especialista na análise computacional de dados biológicos), espera-se que os bichos tenham genomas relativamente compactos, com menos da metade do tamanho do genoma humano.
Os pesquisadores ainda não encontraram, nos papagaios, o equivalente ao gene FOXP2, hoje um dos grandes candidatos a influenciar a capacidade humana para a fala. Mas não é só o lado vocal que interessa aos cientistas.
Prosdocimi destaca que os papagaios são inteligentes de modo geral. E vivem muito, passando dos 70 anos, o que traria pistas sobre as bases genéticas da longevidade.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1159238-brasileiros-vao-decifrar-genomas-do-papagaio-e-do-sabia-laranjeira.shtml
8 comentários:
Bom, o texto é interessante pois, quem nunca parou para se perguntar com certas aves conseguem emitir sons que na mente humana se escuta como palavras humanas.
Muito interessante quado o texto explica todo o processo que a ave 'mais especifico o papagaio' tem para poder simular com uma certa perfeição a fala humana.
importante também é que a pesquisa compara que do mesmo jeito que uma ave consegue aprender um canto, o ser humano aprende a fala...
Tiago Oliveira da Silva(BOLA) 2º Ano AI TURNO Vespertino do Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira.
Lorena Santana 3°A
Um único objetivo entender genéticas do aprendizado vocal dos pássaros, similar como nós um belo período pra aprendizado é a infância assim como as crianças ele precisa estar exposto ao canto onde ele possa aprender de forma apropriada.
Isamara da Paixão Araujo 4°AI Vespertino, Ceaat.
Existe uma grande curiosidade no que se diz respeito do fato do papagaio falar mesmo sabendo que existe na realidade uma repetição de palavras, os cientistas através dos genomas do papagaio junto com o sabiá-laranjeira descobriu o mistério que leva essa ave de desenvolver o aprendizado vocal.
É interessante que os cientistas nos mostrarem , o por que que o papagaio especificamente pode falar.
isabela oliveira dos santos 3° ai vespertino ceaat
A pesquisa certamente nos fará entender o porquê que os papagaios tem sons e nos imitam tão bem, essa curiosidade certamente é visível na mente de todo ser humano .O porquê de tanta aparência vocal conosco ?
É um fato realmente curioso e que a ciência brevemente nos responderá.
Ótimo texto apesar de eu não ter conseguido compreender de fato o que o mesmo tenta falar, mas de acordo com o que entendi a pesquisa certamente nos fará entender o porquê que os papagaios tem sons e nos imitam tão bem, essa curiosidade certamente é visível na mente de todo ser humano.
Bruno Alfredo Ceaat 1ai vespertino
Decifrar o genoma desta especie brasileira é como acabar com o segredo do mágico. o Mundo é movido a perguntas a questões a serem respondidas, e a ciências humanas mas uma vez faz grande trabalho a responder esta questão .
CEAAT
Daniel Campos 1ºAI vespertino
É muito interessante o artigo porque mostra a habilidade de alguns animais em imitar sons humanos com grande facilidade.E algumas aves não tem essa facilidade como o papagaia tem.
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