domingo, 24 de junho de 2012

DEZ TEMAS PARA UM PLANETA SUSTENTÁVEL

20 anos depois, Rio volta a discutir futuro do planeta

Conferência que marca duas décadas da Rio-92 aborda a sustentabilidade como prioridade global

06 de junho de 2012 | 7h 00
Herton Escobar - O Estado de S. Paulo

Vinte anos atrás, representantes de mais de 170 países, incluindo 108 chefes de Estado, reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir o futuro do planeta, numa conferência histórica que ficou conhecida como Rio-92. Dela nasceram vários acordos importantes; entre eles, a Convenção sobre Mudança do Clima, para tratar do problema do aquecimento global, e a Convenção da Diversidade Biológica, para promover a conservação da biodiversidade.
População, recursos e meio ambiente são alguns dos fatores que compõem o debate sobre o planeta - Arquivo/AE
Arquivo/AE
População, recursos e meio ambiente são alguns dos fatores que compõem o debate sobre o planeta
Vinte anos depois, milhares de governantes, diplomatas, ambientalistas, empresários, cientistas e outros representantes da sociedade civil ao redor do mundo estão mais uma vez a caminho da Cidade Maravilhosa para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20 –, que ocorre do dia 13 ao 22.
O desafio é essencialmente o mesmo de duas décadas atrás: fazer as pazes entre crescimento econômico, justiça social e conservação ambiental. Promover o chamado desenvolvimento sustentável, “que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades”, segundo a definição oficial, de 1987.
A conscientização global sobre a importância da sustentabilidade aumentou expressivamente desde a Rio-92. Mas os problemas permanecem. A população mundial, que era de 5,5 bilhões em 1992, agora é de 7 bilhões, e a pressão sobre os recursos naturais é cada vez maior.
O momento é crítico, mas a crise econômica e os fracassos diplomáticos dos últimos anos geraram um cenário pouco favorável à discussão de compromissos ambientais, sem os quais o desenvolvimento sustentável se torna insustentável. Se a Rio+20 servirá apenas para reafirmar velhos problemas ou para oferecer novas soluções, só as duas semanas de negociação poderão dizer.

DEZ TEMAS PARA UM PLANETA SUSTENTÁVEL

Economia Verde

Um dos temas mais importantes da conferência é também um dos mais abstratos, podendo ser definido de diversas maneiras.
De forma geral, a ideia é promover modelos econômicos mais favoráveis ao desenvolvimento sustentável, que incorporem critérios de sustentabilidade ambiental e social – e não apenas econômicos. Pela definição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a economia verde tem três características básicas:emite pouco carbono,utiliza os recursos naturais de forma eficiente e promove a inclusão social.
Por exemplo, economias que privilegiem o uso de energias renováveis, reciclagem de lixo,conservação da biodiversidade e valorização dos povos tradicionais.
Em contraste com os modelos atuais, caracterizados pelo uso de combustíveis fósseis, extinção de espécies, degradação ambiental e desigualdades sociais.

Água

A água é um recurso finito. Só 1% dos recursos hídricos da Terra estão disponíveis para consumo humano, na forma de água doce e líquida na superfície. Outros 99% são de água salgada nos oceanos ou congelada nos polos. O uso sustentável dos recursos hídricos, portanto, é essencial à sobrevivência humana. A poluição, o desperdício e o aumento da demanda, impulsionado pelo aumento da população global, fazem da água um recurso cada vez mais escasso e caro de se obter, até mesmo nos países ricos. Uma situação que só tende a se agravar com as mudanças climáticas.
A atividade que mais consome(e desperdiça) água no planeta é a agricultura, seguida pela indústria. Nas cidades, o problema é agravado ainda mais pela falta de saneamento básico e tratamento, que impossibilita o consumo das fontes de água mais acessíveis, gera doenças e agrava as condições de pobreza.

Agricultura

A produção de alimentos estará presente em quase todas as discussões da Rio+ 20, tanto pelo aspecto de segurança alimentar e combate à pobreza quanto por sua vulnerabilidade às mudanças climáticas. A população mundial, hoje de 7 bilhões, deverá chegar a 9 bilhões em 2050, aumentando ainda mais a demanda por alimentos – e,consequentemente, pelos recursos necessários para produzi-los, como solo, rios e oceanos saudáveis.
O grande desafio, portanto, é produzir mais alimentos com menos recursos, menos espaço e menos impacto ao ambiente. Um desafio conflituoso, simbolizado no Brasil pelas discussões sobre o novo Código Florestal, cuja solução envolve uma série de questões políticas, econômicas e tecnológicas. Segundo a organização da ONU para agricultura (FAO), em 2009, o número de famintos atingiu um recorde: mais de 1 bilhão de pessoas.

Energia

Há mais de 150 anos a economia global depende quase exclusivamente dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão mineral) para fazer quase tudo, desde movimentar tratores no campo até alimentar caldeiras e gerar eletricidade para cidades inteiras. Isso causou boom de desenvolvimento, mas também ao acúmulo de gases do efeito estufa (principalmente dióxido de carbono, CO2) na atmosfera – causa do aquecimento global. Sem falar nos conflitos geopolíticos e econômicos associados.
Apenas 16% da energia consumida no mundo hoje é oriunda de fontes renováveis, como eólica, solar, hidráulica e de biomassa. Aumentar essa parcela e reduzir a dependência dos fósseis é, talvez, o maior desafio do desenvolvimento sustentável – e da Rio+20. A transição carece de investimentos, tecnologia e políticas de incentivo. E de acordos que estabeleçam metas para tal.

Clima

As mudanças climáticas não aparecem com destaque na agenda de negociações da Rio+20, porque já contam com um fórum específico de discussão, que é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (que deu origem ao Protocolo de Kyoto e estabelece metas de redução de emissões). Ainda assim, é inevitável que o tema aparece com destaque na conferência, já que suas consequências são globais e atingem todos os setores da economia e da sustentabilidade ambiental e social – em especial, a produção de alimentos e a ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações.
Apesar dos esforços, as emissões globais de gases do efeito estufa continuam a crescer. As negociações esbarram em disputas sobre as responsabilidades de países desenvolvidos versus em desenvolvimento, um debate que deve se repetir na Rio+20.

Biodiversidade

A destruição das florestas tropicais, como a Amazônia, é o sintoma mais emblemático da relação conflituosa entre homem e meio ambiente, entre crescimento econômico e conservação ambiental. Cerca de 130 mil km² de florestas são derrubados por ano no planeta para dar lugar a plantações, pastagens e cidades, ou simplesmente para obtenção de madeira. É uma das causas primordiais da extinção de espécies, já que as florestas são o maiorr eservatório de biodiversidade terrestre do planeta.
A conservação da biodiversidade é um tema já contemplado pela Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU. Mas a expectativa é que também faça parte dos debates da Rio+20, pois está intrinsecamente relacionada à conservação das florestas e outros ecossistemas essenciais para a produção de água, estabilidade climática e outros serviços ambientais indispensáveis.

Oceanos

Os oceanos cobrem 72% da superfície terrestre. São o maior hábitat do planeta, com a maior quantidade e diversidade de formas de vida. São também o maior reservatório natural de carbono e de energia térmica, essenciais para a regulação climática do planeta. Além de ser fonte básica de renda e alimentação para bilhões de pessoas.
No entanto, apenas 1% dos oceanos estão protegidos por unidades de conservação. Grande parte das espécies marinhas exploradas comercialmente já estão ameaçadas de extinção, com graves consequências para o equilíbrio ambiental dos oceanos e a sustentabilidade econômica da pesca. Há ainda o problema da poluição e da acidificação da água, causada pelo aumento das concentrações deCO2 na atmosfera. Historicamente negligenciados nas políticas de conservação, os oceanos deverão ganhar destaque na Rio+20.

Pobreza

É o principal desafio social relacionado ao desenvolvimento sustentável. Pobreza e degradação ambiental estão intimamente relacionadas, principalmente nos países em desenvolvimento, onde muitas populações dependem da exploração predatória dos recursos naturais, por meio da pesca ilegal, do tráfico de animais ou do desmatamento.
Nas cidades, essa ligação também existe, com impactos graves sobre a saúde e a qualidade de vida das pessoas. No modelo econômico tradicional, pobreza gera degradação ambiental e compromete o desenvolvimento econômico, o que gera mais pobreza,num ciclo vicioso de insustentabilidade.
Numa lista de objetivos prioritários da conferência divulgada pelo Brasil, o primeiro item é: “A incorporação definitiva da erradicação da pobreza como elemento indispensável à concretização do desenvolvimento sustentável”.

Povos Tradicionais

Os povos tradicionais – como os índios e ribeirinhos da Amazônia, os Inuits do Ártico, os povos das montanhas nos Himalaias, os aborígenes da Austrália, os maoris do Pacífico – são os principais guardiões da sabedoria associada aos recursos naturais e, em muitos casos, os guardiões na prática de áreas protegidas. Contraditoriamente, porém, esses povos são frequentemente os que menos têm voz nas decisões sobre o ocorre em seus territórios. E vivem muitas vezes em condições de abandono, até forçados a praticar crimes ambientais ou migrar para as cidades para sobreviver.
É desafio do desenvolvimento sustentável dar voz e qualidade de vida a eles, respeitando e preservando suas culturas e práticas tradicionais. Em um evento paralelo à Rio+20, índios brasileiros e outro povos tradicionais farão debates numa aldeia montada em Jacarepaguá, chamada Kari Oca.

Cidades

É no ambiente urbano que os sintomas do desrespeito ao desenvolvimento sustentável se tornam mais agudos e evidentes, na forma de poluição, pobreza, problemas de saúde, trânsito caótico, lixo, solos contaminados, custos de vida cada vez mais altos e outros problemas típicos das cidades “modernas” – especialmente nos países em desenvolvimento.
O Brasil tem exemplos emblemáticos, como o Rio Tietê, que passa como um esgoto a céu aberto por São Paulo, e o aterro de Jardim Gramacho, no Rio, fechado na semana passada, que por 34 anos funcionou à beira da Baía de Guanabara (também altamente poluída). Problemas ambientais que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas. As cidades são também grandes fontes de emissão de gás carbônico, principalmente por conta dos combustíveis veiculares.  E quanto pior o trânsito, maiores as emissões
 http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,20-anos-depois-rio-volta-a-discutir-futuro-do-planeta,882757,0.htm

Estudo revela gripe aviária transmissível entre mamíferos

22/06/2012 - 06h30

Estudo revela gripe aviária transmissível entre mamíferos

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


A revista "Science" divulgou na quinta-feira (21), depois de meses de expectativa, os detalhes de uma pesquisa que tornou o vírus da gripe aviária transmissível entre mamíferos.
Blog Teoria de Tudo: O bioterrorismo e o pavor da censura
O artigo traz os resultados de um dos grupos de pesquisadores "censurados" no ano passado pelo governo americano. O país pediu que os estudos ficassem em segredo por temer que fossem usados no bioterrorismo. Um dos trabalhos já saiu na "Nature".
No estudo divulgado agora, cientistas dos EUA, do Reino Unido e da Holanda mostram como modificaram geneticamente o vírus H5N1, que causa a gripe aviária, até torná-lo transmissível por via área em ferrets --mamíferos que têm sintomas da gripe semelhante a dos humanos.
Na sua "forma original", esse vírus só é transmitido entre aves ou, raramente, de aves para seres humanos.
Os cientistas, coordenados por Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, da Holanda, fizeram três mutações específicas no vírus e infectaram os ferrets em laboratório.
O vírus modificado ainda sofreu mais duas mutações -- o que é comum, pois vírus são bastante instáveis, diferentemente de bactérias. Foi esse "novo" vírus que conseguiu migrar por via aérea dos ferrets contaminados para os sadios.

Editoria de arte/folhapress


O problema é que essas informações são um prato cheio para o bioterrorismo. A preocupação com uma possível guerra biológica levou à censura dos dados sobre a mutação em dezembro de 2011.
As pesquisas foram interrompidas e o debate chegou à OMS (Organização Mundial da Saúde), que pediu que a caixa-preta fosse aberta.
"Fazer mutações em vírus em laboratório para fins acadêmicos é completamente aceitável. Não podemos parar essas pesquisas por temor de bioterrosimo", afirma o engenheiro agrônomo e especialista em bioética Mohamed Habib, da Unicamp.
"Agora, pesquisadores de todo o mundo poderão trabalhar com os dados da gripe aviária e aprimorar o conhecimento sobre o vírus, o que pode resultar em melhores medicamentos", comemorou Bruce Alberts no editorial desta edição da "Science".
RISCO DE PANDEMIA
De acordo com outro trabalho da "Science" sobre o mesmo assunto, de Derek Smith e colegas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, é impossível estimar com precisão a possibilidade de as mutações feitas em laboratório acontecerem naturalmente no ambiente.
Mas o estudo sugere que todas as mutações necessárias para contaminar um mamífero poderiam acontecer em um único hospedeiro na natureza. Isso, sim, sinaliza um risco de pandemia.
 http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1108545-estudo-revela-gripe-aviaria-transmissivel-entre-mamiferos.shtml

sábado, 16 de junho de 2012

O que é a Conferência Rio+20?

12/04/2012 - 10h34

O que é a Conferência Rio+20?

DE SÃO PAULO

A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, batizada de Rio+20, marca os 20 anos da Eco-92, a cúpula sobre meio ambiente realizada no Rio de Janeiro em 1992. Faz parte do ciclo de conferências ambientais da ONU, que teve início em 1972, em Estocolmo, Suécia.
A Rio+20 reunirá, mais uma vez, chefes de Estado e de governo e entidades da sociedade civil (ONGs, universidades, institutos) para revisitar os principais temas, protocolos, convenções e recomendações que resultaram da Eco-92. Entre eles estão a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Agenda 21; e as convenções-quadro sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Combate à Desertificação.

OS TEMAS




Além dessas questões, que voltam a ser debatidas, dois temas centrais foram selecionados para nortear as discussões na Rio + 20. O principal deles é a transição para a chamada economia verde, que propõe a adoção de um novo sistema produtivo, com base na baixa emissão de gases de efeito estufa, na eficiência no uso dos recursos naturais e na inclusão social.
O segundo tema central é a governança global que levará ao desenvolvimento sustentável, ou seja: como os países vão se organizar, em termos de leis, acordos e protocolos, para colocar esse novo modelo socioeconômico em prática.
Outros assuntos que terão espaço na conferência são: energia; alimentação e agricultura; emprego e inclusão; cidades sustentáveis; água; oceanos e desastres naturais.
É esperado dessa reunião, porém, mais do que um balanço da Eco-92. O resultado final deve ser condensado em um documento de cunho político onde todos os países se comprometam a fazer as transformações necessárias rumo à economia verde.

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1074980-o-que-e-a-conferencia-rio20.shtml

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sabonete que promete clareamento de genitais femininos gera polêmica na Índia

DA BBC BRASIL

Há séculos as mulheres indianas são criadas para acreditar que pele clara é sinônimo de beleza, o que impulsionou a criação de uma milionária indústria de clareamento cutâneo - que agora as está encorajando a usar seus produtos muito além das mãos e do rosto.
Trata-se de um sabonete líquido cuja propaganda na televisão vem causando polêmica no país ao sugerir que as mulheres podem se tornar mais atraentes se clarearem seus genitais.
Veja o vídeo da propaganda



O anúncio começa com um casal sentado no sofá. O marido lê um jornal ignorando sua mulher, e no rosto dela vê-se claramente a sensação de rejeição.
Momentos depois, a mulher aparece tomando banho utilizando um sabonete líquido que cria uma espuma branca - mas não se trata de um cosmético qualquer.
Logo na cena seguinte a imagem da esposa rejeitada é substituída por um desenho do órgão genital feminino e uma representação gráfica de como o gel pode clarear a pele nesta área do corpo da mulher.
Pouco após a aplicação do creme, pétalas de rosa invadem a tela e assim como em qualquer cena romântica de filmes de Bollywood, o casal aparece muito sorridente, em meio a trocas de afagos e abraços.
O fato de a indústria cosmética do país ter lançado o produto lançou a questão à sociedade indiana: a febre pelo clareamento de pele chegou longe demais?
POLÊMICA
A propaganda do sabonete na televisão despertou críticas, choque e rejeição na mídia indiana.
Especialistas questionam os impactos psicológicos sobre as meninas e colocam em xeque até onde vai o tradicional desejo das mulheres do sudeste asiático de terem a pela mais clara.
O governo indiano reagiu com um pedido formal à agência de regulação publicitária para que retirasse o anúncio do ar.
Mesmo assim o setor continua em expansão e além do polêmico gel íntimo começa agora a focar também em produtos para os homens, como desodorantes que além de proteger do suor clareiam a pele.
O setor movimentou em 2010 cerca de US$ 432 milhões e cresce mais de 18% ao ano, segundo dados da auditoria ACNielsen.
Muitos dos anúncios em revistas e outdoors têm a clara intenção de forçar o público a clarear cada vez mais partes do corpo e com maior intensidade.
"Você pensa duas vezes antes de usar certos tipos de roupa porque elas não combinam com os diferentes tons em sua pele?", questiona uma propaganda.
"Você percebe como a cor das suas mãos é diferente da cor do seu rosto?", pergunta outro anúncio.
BOLLYWOOD
Embora a obsessão pela negação do tom de pele natural dos indianos possa parecer estranha para o resto do mundo, outra indústria milionária do país alvo de fascínio popular só reforça tal ideia.
Basta prestar atenção aos cartazes dos filmes de Bollywood para perceber que as estrelas mais admiradas têm um tom de pele cada vez mais claro, contando até mesmo com a ajuda de programas de computador - e muitas das atrizes defendem o uso dos produtos para clareamento de pele.
Estas são as estrelas que, ao serem veneradas por muitos indianos, alimentam o crescimento desses preconceitos e da indústria de clareamento de pele.
Entre os atores que já promoveram produtos deste tipo estão nomes conhecidos em Bollywood como John Abraham, Shah Rukh Khan, Katrina Kaif, Deepika Padukone, Preity Zinta e Sonam Kapoor.

http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1101515-sabonete-que-promete-clareamento-de-genitais-femininos-gera-polemica-na-india.shtml

Técnica 'lê' DNA de feto na barriga da mãe

 

FERNANDO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pesquisadores nos Estados Unidos conseguiram determinar pela primeira vez praticamente todo o genoma de um feto humano a partir de amostras do sangue da mãe grávida e da saliva paterna.
Os resultados, publicados nesta semana no periódico "Science Translational Medicine", foram obtidos por cientistas da Universidade de Washington, em Seattle.
A equipe, liderada por Jay Shendure e Jacob Kitzman, usou uma série de técnicas estatísticas comparativas para "remontar" toda a sequência de letras químicas de DNA que compõe o genoma fetal.
Isso foi possível porque, primeiro, pedaços do DNA do bebê, muito fragmentados e em pequena quantidade, circulam no sangue da mãe durante a gestação.
Só essa informação não seria suficiente para chegar ao genoma completo. Por isso, os cientistas também usaram o genoma do pai e o da mãe para balizar a análise.
Por exemplo, se ambos os genitores tinham a mesma versão de um gene, aumentava a chance de que o feto também herdara esse gene.
Já é possível obter a sequência genética de um feto coletando diretamente células da placenta ou amostras do líquido amniótico, a "bolsa d'água" que protege o bebê na barriga da mãe. Mas esses métodos podem desencadear um aborto espontâneo.
Sem esse risco, a nova técnica pode permitir o diagnóstico das chamadas doenças mendelianas, como fibrose cística, distrofia muscular de Duchenne e certos problemas mentais, causados pela mutação de um único gene.
A capacidade de 'ler' o genoma de um feto levanta, entretanto, questões éticas.
Pais podem não desejar seus futuros filhos por razões que pouco têm a ver com questões médicas -isso quando o teste estiver disponível comercialmente, o que ainda deve demorar.
Apesar das possibilidades e riscos, os pesquisadores advertem sobre as limitações das novas técnicas.
"Nossa capacidade para gerar dados está superando nossa capacidade de interpretá-los de maneira que sejam úteis para os pacientes. A interpretação do genoma, mesmo para doenças mendelianas, ainda é um desafio", escrevem os pesquisadores.
 http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1101906-tecnica-le-dna-de-feto-na-barriga-da-mae.shtml